quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Alckmin deixa de lado crise da falta de água durante sua posse em SP


Fabiana Maranhão
Do UOL, em São Paulo
  • Zanone Fraissat/ Folhapress
    O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), discursa em cerimônia de posse na Assembleia Legislativa O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), discursa em cerimônia de posse na Assembleia Legislativa
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), deixou de lado o incômodo tema da crise de falta de água em seu discurso durante cerimônia de posse na manhã desta quinta-feira (1º) na Assembleia Legislativa, na zona sul de São Paulo. O assunto chegou a ser citado por ele, de forma superficial, em um segundo discurso, na posse dos seus secretários, no começo da tarde.



Em seu pronunciamento, Alckmin fez um balanço do seu governo, destacando investimentos, redução do endividamento, aumento da expectativa de vida, diminuição da mortalidade infantil e também da taxa de homicídios. O governador também falou sobre educação e PPPs (Parceria Público-Privada).
 
"Muito avançamos. Mas de nada adianta se não continuarmos seguindo adiante, enfrentando os desafios que transformam São Paulo na terra da superação", disse. Alckmin finalizou o discurso citando uma frase dita pelo ex-governador Mário Covas: "São Paulo não pode esperar um dia, um minuto para oferecer ao país a sua parcela de luta. São Paulo nunca vai virar suas costas para o Brasil".
 
Participaram da solenidade desembargadores, juízes, deputados, militares e secretários estaduais. O secretário municipal de Governo, Chico Macena, representou o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT).
 

Discurso político

Da Assembleia, o governador e o vice seguiram para o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, na zona sul, para empossar os secretários.
 
Alckmin voltou a discursar, desta vez mais focado na política nacional. O governador fez claros ataques à administração petista do governo federal. "Os brasileiros de São Paulo repudiam o aparelhamento da máquina pública, consideram repugnante a prática política que transforma o estado em um clube", afirmou.
 
O governador criticou o "falso dilema" entre o Estado mínimo e o Estado regulador. "O Brasil não precisa nem de mais nem de menos Estado. Precisa se livrar da máquina corrupta do Estado que insiste em sequestrá-lo", disse, num alusão ao escândalo da Petrobras. 
 
Alckmin aproveitou o pronunciamento para alfinetar a política econômica do governo federal. "Todos nós conhecemos os duros prognósticos para a economia nos próximos anos. O país poderá viver dias difíceis, mas o discurso fácil do pessimismo só não é mais fácil que o discurso do otimismo irresponsável", falou.
 
"Eu lhes prometo dedicação, inovação e entusiasmo. Eu lhes prometo trabalho, trabalho e trabalho. O que depender deste governador, cresceremos mais do que apontam os realistas porque acredito na força transformadora dos brasileiros que moram em São Paulo", concluiu.
 

Falta de água

O Estado de São Paulo enfrenta uma crise hídrica desde o começo do ano passado. Moradores de dezenas de cidades paulistas enfrentam racionamento de água. 
 
O principal sistema que abastece a Grande São Paulo, o Cantareira, que fornece água para 6,5 milhões de pessoas, opera nesta quinta-feira com 7,2% de sua capacidade. Esse percentual é o que resta da segunda cota do volume morto, água que fica no fundo das represas.
  

Terceiro mandato

Alckmin foi reeleito no primeiro turno, com 57,31% dos votos válidos. Ele assumiu seu terceiro mandato, o sexto consecutivo do PSDB em São Paulo.
Os tucanos chegaram ao poder em 1994 com Mário Covas (1930-2001).

Reeleito em 1998, Covas morreu em 2001. Alckmin, que era seu vice, assumiu o governo. Foi reeleito em 2002. Quatro anos depois, foi a vez de José Serra (PSDB) chegar ao Palácio dos Bandeirantes. Em 2010, Alckmin também foi eleito no primeiro turno com 50,63% dos votos válidos.

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