terça-feira, 13 de janeiro de 2015

População na torcida para ver mudança com novo governo

Em meio à crise da transição, moradores opinam sobre gestão atual e dizem o que priorizariam

jessica.antunes@jornaldebrasilia.com.br



Que a equipe de Rodrigo Rollemberg   recebeu o Distrito Federal em uma situação crítica não é novidade.



Nos primeiros 13 dias de governo, pagou os salários atrasados dos servidores da Saúde,  programou o pagamento da Educação e fez acordo com os trabalhadores da limpeza, que, sem receber, prometiam cruzar os braços.



Ainda há muita coisa para organizar, quitar e resolver, mas muitos moradores da capital, que o elegeram democraticamente, estão confiantes de que a gestão conseguirá erguer a autoestima brasiliense. Mas o que os eleitores fariam se tivessem o desafio de comandar a Unidade Federativa? O Jornal de Brasília perguntou.



Apenas com parte do salário na conta, a gari Jaqueline Barbosa, de 25 anos,   acredita que a limpeza urbana deve ser uma das prioridades. “Tem que organizar a casa antes de começar trabalhar, mas eu tentaria investir em tudo. A cidade não pode ficar suja e os hospitais precisam de atenção,  além das questões de segurança e educação”, opina.


Para a moradora de Ceilândia, as coisas devem melhorar. “Eu confio. O que não pode é desistir! Acredito que o governador vai conseguir colocar as coisas no lugar. Ele vai resolver o problema que deixaram e não é culpa dele”, disse, pedindo que “olhe para a população, não deixe o lixo acumular e dê um jeito na saúde, porque está precisando”.



Mostrar serviço
A situação complicada encontrada pelo governador   é citada pelos moradores como fator que pode prejudicar sua gestão. O motorista Raimundo Félix, 51 anos, acredita que é preciso cumprir pelo menos metade das promessas que foram feitas durante as eleições. “E mostrar serviço!”, resumiu.


Morador de Taguatinga, diz estar desacreditado com  política e prefere não opinar em relação ao governo. “Não dá nem para cobrar nada porque está tentando resolver os problemas que deixaram. É difícil entrar na casa e já começar comandando”, pondera, acreditando que isso pode levar mais de um ano.
Desistir não é opção
 
“Espero que ele faça um governo bom e que   organize a bagunça que o Agnelo deixou. Se fosse governador, eu iria, primeiro, pagar quem eu devo. Ninguém deve trabalhar de graça para ninguém. Se o Rollemberg está começando por aí, está bem”, considera o consultor de vendas Francisco Oliveira, 33 anos. Ele mora no Paranoá e, de prontidão, dá o recado: “O governador precisa ter os pés no chão e força, porque nada é fácil”. 
 
Porém, Francisco completa: “Se ele se candidatou, já sabia a situação que o DF estava. Não foi surpresa. Agora tem que quitar as dívidas que o último governo deixou de forma antiética e antiprofissional. Depois, resolver as demandas que todos pedem: educação, segurança, transporte e, principalmente, saúde”.
 
 O consultor de vendas revela que teve de ir a três hospitais em busca de atendimento. “Não tem médicos, não tem remédios, não tem material, não tem nada. É uma situação bastante complicada”, lamenta.
 
Bomba nas mãos 
 
Simone Souza, 38 anos, diz que  confia no   governador, “mas o coitado está com uma bomba nas mãos e vai ter que assumir”. Ela elenca as áreas que considera prioritárias: saúde e segurança. 
 
Mesmo sem idade para votar, a filha de Simone, Luiza, 15 anos , já considera que os primeiros passos da   gestão têm agradado. E as duas fazem figa, na esperança de que no fim do mandato não sobrem decepções.
 
Meses difíceis
 
O estudante Ítalo Souza, 20 anos, por sua vez,  está pessimista quanto aos próximos meses da nova gestão. “Nesse momento, tem que dar um voto de confiança. Ele não recebeu o Distrito Federal em um momento bom e, por isso, 2015 não deve ser um bom ano”, analisa. 
 
Ainda assim, o  morador de Taguatinga recomenda que o governador Rodrigo Rollemberg confie no próprio trabalho. “Ele tem que seguir em frente e dar a cara à tapa. Pode demorar uns dois anos para organizar  tudo, mas é preciso continuar firme”, acredita. Simone engrossa o coro: “O que não pode é desistir”. 
 
Negociação compromete ano letivo

Da Redação, com Agência Brasília
redacao@jornaldebrasilia.com.br
 
 
 
 O governador Rodrigo Rollemberg  se reuniu ontem com os sindicatos da Saúde e da Educação, pastas cujos servidores estão com pendências salariais.  O  Sindicato dos Professores disse não aceitar o parcelamento dos pagamentos e alertou que, sem a solução dessas questões, não haverá o início das aulas.
 
 
Aos representantes dos professores, Rollemberg lembrou que, amanhã à noite, está previsto o depósito referente aos salários de dezembro:  O governador informou que o 13° salário continuará sendo pago para os aniversariantes do mês e falou sobre o projeto de criar um calendário   para os pagamentos atrasados.  
 
 Saúde
 
 No encontro com   representantes da  Saúde, Rollemberg  também disse estar disposto a construir  um cronograma. Em greve desde a última sexta-feira, os servidores  falaram dos problemas  nos hospitais e discutiram   o pagamento das horas extras.  
 
O governador pediu a compreensão   e assumiu compromissos com a categoria. Garantiu que o governo não considerará os salários atrasados como exercício findo. Afirmou que as horas extras serão pagas 60 dias após as atividades, ou seja, quem fez hora extra em janeiro só receberá em março, e assim sucessivamente. 
 
O chefe do Executivo disse que está negociando juros mais baixos junto ao BRB – outra demanda dos servidores. Segundo Rollemberg, o banco já abaixou a taxa de juros de 2,7% para 1,9%. Ele pediu que as propostas fossem levadas para os trabalhadores e fez um apelo ao solicitar o fim da greve da categoria.
 
 
 
 
 
 
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília

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