quinta-feira, 23 de abril de 2015

ALGUÉM SABE O QUE SÃO R$ 6,2 BI ?Quantas casas populares – seriam mais de 160 mil -, postos de saúde e escolas poderiam ser construídas com o montante? Proponho outra conta: dariam para fazer 195 campanhas eleitorais tão milionárias como a de Dilma Rousseff, que declarou gastos oficiais de R$ 318 bilhões em 2014.

O ROUBO FOI DE R$ 6,2 BI. ALGUÉM SABE O QUE SÃO R$ 6,2 BI ?


É incrível como a roubalheira virou algo banal. 

A maior estatal do país, aquela que já foi uma das dez mais entre as petroleiras do mundo, anuncia que perdeu R$ 6,2 bilhões para a corrupção. E isso não causa comoção.

São R$ 6,2 bilhões. O costume é fazer contas de quantas casas populares – seriam mais de 160 mil -, postos de saúde e escolas poderiam ser construídas com o montante. Proponho outra conta: daria para fazer 195 campanhas eleitorais tão milionárias como a de Dilma Rousseff, que declarou gastos oficiais de R$ 318 bilhões em 2014.

Atentem-se para o número: 195 campanhas eleitorais iguais a de Dilma.

R$ 6.200.000.000,00 surrupiados sem que autoridade alguma desconfiasse. Presidente e diretores da Petrobrás, integrantes do Conselho da empresa, presidente da República. Ninguém jamais notou nada de anormal antes de a estatal apresentar prejuízo superior a R$ 40 bilhões (R$ 6,2 da corrupção + R$ 22 bi operacional e outros R$ 12 bi em obras paradas que nunca deviam ter começado).

Em um país em que só tolos são honestos, ainda sobra para esses mesmos tolos as contas a pagar.


23 de abril de 2015

Mary Zaidan


NOTA AO PÉ DO TEXTO



É desconfortante ser brasileiro... O texto da jornalista focando outro ângulo além dos tradicionais - quantas escolas, quantos fuscas, quantos postos de saúde... etc - desnuda de maneira muito clara o destino de tanto dinheiro. Pare e pense: R$ 318 bilhões foi o que custou a campanha de Dilma Rousseff. É impressionante ou não é?


Pior quando o texto  declara que se perpetuou o dano, a roubalheira, a canalhice, sem que as "celebridades" que administravam, decidiam, gerenciavam a empresa, de nada desconfiaram por 'séculos' (enquanto engordavam suas contas numeradas) e somente ficaram "estarrecidos", quando veio à tona o buraco em que meteram a Petrobras. 



Estarrecidos mais ainda quando a operação Lava Porco, quero dizer, Lava Jato, iniciou a devassa e a prisão das "celebridades", que em uníssono juravam inocência, e de nada sabiam... Nós, os que votamos nas urnas eletrônicas, realmente estávamos longe de imaginar que uma quadrilha de "celebridades" assaltava uma estatal (uma? E as outras? O que será que aconteceu? E quando se especular mais profundamente as outras? Que surpresas nascerão de parto tão difícil? É bom nem imaginar, senão caímos naquela piada "o último a sair apaga a luz"...


Pior ainda, quando Mary Zaidan escreve que já não causa comoção nacional a denúncia do escândalo. Todos nos tornamos espectadores do espetáculo, como se estivéssemos assistindo a novela das oito. Quem delatou quem, quem tramou com quem, quem comeu quem, quem foi o mentor da fraude etc.


O texto é mais uma denúncia da passividade da nação, que parece hipnotizada pela falcatrua que atinge um dos símbolos e orgulho nacional, e fica rolando daqui pra lá, de lá pra cá, nunca terminando de abrir portas onde se escondem mais roubalheiras, mais propinas, mais corrupção.


Enquanto o país assiste a novela Petrolão, enquanto alguns se esguelam em manifestações, a esbórnia continua, como se estivéssemos vivendo no melhor dos mundos, assistindo a liberdade "condicional" dos mensaleiros, passeando com suas caras de paisagem.


É realmente desconfortável, para usar uma palavrinha mais amena, ser eleitor de urnas eletrônicas.


Quer saber? putaquepariu! Ser brasileiro é foda...
m.americo

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