quinta-feira, 23 de abril de 2015

Poderia ser pior...Poderiamos estar no sul do Chile ontem.

Erupção

Vulcão chileno leva Bariloche, na Argentina, a suspender voos e aulas


Marcia Carmo

O vulcão chileno Calbuco entrou em erupção na quarta (22) e envia cinzas para lugares turísticos do sul da Argentina, como Villa La Angostura e San Martín de los Andes e Bariloche. As cinzas poderiam chegar até Buenos Aires. Em 2011, outro vulcão chileno prejudicou o turismo nesta região e voos para a Argentina.
Buenos Aires, 23 de abril de 2015


Dos três pontos turísticos argentinos, Bariloche é o menos afetado, segundo a imprensa da cidade que informa ainda que o cotidiano no lugar não foi abalado, e que as medidas adotadas, como a suspensão das aulas e dos voos foram por precaução. 

Percebe-se porém em alguns lugares uma espécie de algo similar a uma camada de talco nos carros e casas de Bariloche - um pesadelo para os que vivem do turismo e já torcem para que o fenômeno chileno não afete a temporada turística que ainda está longe e começa daqui três meses.

O Calbuco está em Puerto Montt, no sul do Chile e a cerca de 70 quilömetros de Bariloche (chamada de 'Brasiloche' em alguns setores devido a forte presença de brasileiros no inverno).


(Bariloche, deibaixo das cinzas)

Ele entrou em erupção no fim da tarde e estima-se que pouco mais de uma hora depois já despejava cinzas para o território argentino.

Nesta madrugada, o Calbuco entrou em erupção pela segunda vez com cinzas que chegaram a mais de onze quilömetros de altura, segundo autoridades chilenas.

A potência do vulcão chileno preocupa toda a região da Patagônia, no sul dos dois países vizinhos.



Especialistas recomendam que os que estão próximos desta área evitem a água da torneira - cuidado permanente no Chile - e que também usem alguma proteção para evitar respirar as cinzas. 

Entre ontem e hoje, cerca de cinco mil pessoas tiveram que deixar suas casas no Chile e nesta quinta-feira o governo chileno confirmou que uma pessoa de 21 anos está desaparecida.

O Calbuco não entrava em atividade há mais de 40 anos.


(Imagens impressionantes do Cabulco)


País com cerca de 17 milhões de habitantes, o Chile é um país com território marcado por desastres naturais.

Este é o segundo vulcão a entrar em atividade este ano no país, que já viveu este ano alagamentos históricos no extremo norte, com dezenas de desabrigados e bairros arrasados.

Os três seguidos desastres naturais ocorrem num momento político delicado para a presidente Michelle Bachelet desde que seu filho e sua nora foram acusados de tráfico de influência, no início deste ano.

A popularidade da presidente desabou desde que surgiu este caso que ficou conhecido popularmente como 'noragate'. As denúncias de irregularidades afetam hoje governo e opositores em uma agenda de debate sobre a corrupção que surpreende os chilenos.


(Bachelet viajará a zona afetada no Chile)

O país dos terremotos vive uma era de terremoto também político e, como em outros países da América do Sul, sem final claro para a série de denúncias envolvendo políticos e 'amigos' do poder.

Em termos de quantidade de vulcões no planeta, o Chile só perde para a Indonésia.

Estima-se que o Chile possua mais de dois mil vulcões. Quinhentos deles “geologicamente ativos”, de acordo com especialistas.


Em termos sísmicos, o Chile é considerado o mais propicio do mundo a ter terremotos. O país registra terremotos em várias etapas de sua história como os que ocorreram em 1960, 1985 e 2010.

Especialistas dizem que os grandes terremotos no país de fato ocorreram a cada vinte e cinco anos. No entanto, os mais idosos costumam dormir com documentos por perto temendo que os movimentos telúricos ocorram fora da data estimada.


Um país que está às margens do oceano Pacífico, ao lado da Argentina, do Peru e da Bolívia e que é destaque na mídia internacional - por sua natureza ou por fatos políticos apontados como inéditos para sua trajetória.

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