Lula com Vaccari, nos tempos do Bancoop: outra maracutaia petista. |
O
tiranete de São Bernardo acha que ainda há "agenda positiva" que possa
tirar o governo Dilma do atoleiro. Balela. E, temendo que o tesoureiro
Vaccari dê com a a língua nos dentes, passou a apoiá-lo:
O
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou pela primeira vez
publicamente, nesta sexta-feira, 24, em um encontro com petistas de São
Paulo, que a presidente Dilma Rousseff, sua sucessora, crie fatos
positivos em seu governo de forma a abrir uma saída para a crise
política que se arrasta desde a posse, em 1.º de janeiro.
“Nós
temos de dizer em alto e bom som dentro do PT, para a companheira Dilma
ouvir e para os nossos deputados e militantes ouvirem, que nós
precisamos começar a dizer o que nós vamos fazer neste segundo mandato,
qual é a política de desenvolvimento que nós vamos colocar em prática,
qual é o tipo de indústria que nós vamos incentivar”, disse Lula, em um
discurso inflamado de mais de 40 minutos, durante a abertura do 3.º
Congresso das Direções Zonais do PT São Paulo, na noite de desta sexta
na capital.
Em conversas fechadas o ex-presidente tem adotado há algumas semanas o
mesmo discurso, com palavras mais diretas. Nestas conversas ele diz que
Dilma não pode concentrar os esforços apenas na área econômica e que o
governo “precisa governar” para criar notícias positivas que ajudem a
reverter o “mau humor” da população.
Tema único. Nesta
sexta, Lula reclamou de que o único tema nos últimos cinco meses é o
ajuste fiscal. Segundo ele, é preciso dar um assunto aos petistas para
que eles possam contrapor, “na mesa do bar”, as críticas ao partido e ao
governo.
Além das cobranças, Lula conclamou os militantes presentes a defender
Dilma. “Nem o PT sobrevive sem a Dilma nem a Dilma sobrevive sem o PT.
Temos que ser unha e carne. Se Dilma fracassar é o PT quem fracassa e,
se o PT fracassar, a gente vai contribuir para o fracasso da Dilma. E eu
não vim ao mundo para fracassar.”
Disse ainda que, se Dilma está encontrando dificuldades, não é para o
partido se afastar. “Temos de chegar juntos e empurrar para que ela
continue sendo a Dilma que nós elegemos presidente da República.”
Preocupação. Ao
falar sobre o segundo mandato de sua afilhada política, Lula destacou:
“Precisamos dizer ao povo porque quisemos o segundo mandato de Dilma. Eu
sempre tive preocupação com segundo mandato, porque segundo mandato é
como segundo casamento, tem que ser melhor que o primeiro.” E ponderou:
“Ninguém pode duvidar da dignidade e caráter da companheira Dilma,
comprometida com o povo e com a classe trabalhadora deste país”.
Lula também endereçou uma cobrança ao PT. “O PT precisa errar menos. O
PT não pode fazer aquilo que é criticado nos outros, tem que ser
exemplo”, defendeu o ex-presidente. E lembrou da construção do partido,
quando se vendia esperança e “utopia”. “O PT nunca teve nada de graça. E
construímos coisas que nenhum sociólogo poderia imaginar que faríamos."
Para Lula, era mais fácil fazer política quando o partido era oposição e
pequenino.
Defesa do tesoureiro. No
discurso, Lula também cobrou dos militantes a defesa do ex-tesoureiro
da legenda João Vaccari Neto, que continua preso, dizendo que o PT tem
que defender não apenas o Vaccari, mas o próprio partido. E disse que
ninguém pediu desculpar à cunhada de Vaccari, Marice Correa de Lima, que
foi presa e depois solta por dúvidas se ela era mesmo quem aparecia no
vídeo.
"O PT precisa defender não apenas o Vaccari, mas também o PT das
acusações que ele está sendo vítima. Defender os companheiros até que se
prove o contrário."
Ao elogiar a decisão da direção do PT em não aceitar mais recursos de
empresas privadas, Lula disse "parece que o dinheiro do PT é
amaldiçoado e o dos outros é abençoado, parece que a campanha dos outros
foi feita com dízimos, vendendo churrasco nas quermesses. E voltou a
citar o ex-tesoureiro: "Será que o Vaccari pegou dinheiro escrito
propina ou a mesma nota que os outros pegaram?" (Estadão).
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