Hoje chegou esta notícia às minhas mãos: “Bolsonaro é condenado a pagar R$ 150 mil por declarações contra gays”. Leia a matéria completamente tendenciosa, conforme o UOL:
O deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) foi condenado pela 6ª Vara Cível do Fórum de Madureira, do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro) a indenizar em R$ 150 mil, por danos morais, o FDDD (Fundo de Defesa dos Direitos Difusos), criado pelo Ministério da Justiça, por causa de declarações contra homossexuais. Cabe recurso da sentença. O parlamentar afirmou, na noite desta segunda-feira (13), que irá recorrer da decisão.
De acordo com o TJ-RJ, a ação, ajuizada pelos grupos Diversidade Niterói, Cabo Free de Conscientização Homossexual e Combate à Homofobia e Arco-Íris de Conscientização, se baseou, entre outras questões, as declarações do parlamentar ao programa “CQC”, da “TV Bandeirantes”, no dia 28 de março de 2011, quando ele fez críticas à comunidade LGBT. A emissora não foi implicada na ação.
O FDDD tem como objetivo a reparação dos danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico, paisagístico, por infração à ordem econômica e a outros interesses difusos e coletivos.
Na sentença, a juíza Luciana Santos Teixeira afirmou que a liberdade de expressão deve ser exercida em observação à proteção e dignidade do cidadão.
“Não se pode deliberadamente agredir e humilhar, ignorando-se os princípios da igualdade e isonomia, com base na invocação à liberdade de expressão. Nosso Código Civil expressamente consagra a figura do abuso do direito como ilícito civil (art. 187 do Código Civil), sendo esta claramente a hipótese dos autos. O réu praticou ilícito civil em cristalino abuso ao seu direito de liberdade de expressão”, escreveu a magistrada.
“A decisão é dela e eu tenho que respeitar, mas cabe recurso. Vai caber até o Supremo, com certeza”, declarou Bolsonaro. Na defesa, o deputado argumentou que detém imunidade parlamentar, mas a juíza decidiu que a prerrogativa “não se aplica ao caso”.
“Em que pese o réu ter sido identificado no programa televisivo como deputado, suas declarações foram a respeito de seus sentimentos como cidadão, tiveram cunho pessoal – e não institucional”, relatou a Luciana Santos Teixeira.
“Eu acho que a juíza lamentavelmente se equivocou. É a primeira vez que eu perco um processo em primeira instância”, afirmou o deputado, nesta segunda.
“Tudo o que eu falei lá, eu vou continuar falando. Se você começar a castrar o direito de expressão de um parlamentar, eu não sei o que eu estou fazendo em Brasília. Ela deveria pedir minha cassação. Tem que se respeitar o direito ao contraditório. Eu, respeitosamente, tenho muito orgulho de ser heterossexual”, disse.
Isso que o movimento LGBT fez só tem um
nome: declaração de guerra. Agora virou mania. É uma ação judicial
completamente desproporcional e insana atrás da outra. Recentemente,
Fidelix foi processado em 1 milhão de reais. Agora Bolsonaro é
processado em 150 mil reais. A orquestração é claríssima. Sempre a
partir de teatro, é claro.
Realmente muitas pessoas nas redes
parecem admirar Bolsonaro. Porém, isso de nada valerá se essas pessoas
não se juntarem e se rebelarem contra esse absurdo. É um ato claríssimo
de guerra jurídica extremamente desleal.
Lutar politicamente não é só participar
de comunidades como “Bolsonaro Zuero” ou divulgar mensagens dizendo “Ele
é demais. Ele é o Bolsomito!”. É lutar para que as pessoas que vocês
respeitam não sejam oprimidas de forma fascista por quem não respeita a
liberdade de expressão. Na verdade, se vocês lutarem pela liberdade de
expressão de todos só tem a ganhar.
E mais uma vez os conservadores
religiosos que se recusam a lutar pela liberdade de expressão de uma
forma mais ampla colhem os seus dividendos. No jogo do uso de distinções
de emergência para silenciar a divergência, a extrema esquerda ganha
todas. E a direita religiosa não ganha uma sequer. É só um grupo na
ofensiva, e outro na defensiva. É de dar dó.
Em tempo, relembro a campanha de crowdfunding para “A Urgência de Sermos Charlie”,
onde faltam menos de R$ 2.000,00 para chegarmos à meta. Convido a todos
que não colaboraram a colaborarem (e quem fizer até a coloboração
mínima vai receber o livro, ou seja, é como uma pré-venda), e a quem já
colaborou, peço ajuda na divulgação. Ali teremos dicas úteis de como
lutar contra violações deste tipo à liberdade de expressão.
- Introdução: “A Urgência de Sermos Charlie” (introdução)
- Como os neo ateus mentem para fingir que “religião é causa de guerras” (capítulo 3)
- O multiculturalismo como um projeto de morte (capítulo 4)
- Como a militância anti-Bolsonaro age de modo semelhante aos atenuadores de atentados contra cartunistas (capítulo 5)
- Por que o feminismo e o jihadismo tem tudo a ver? (capítulo 5)
- Por que conservadores religiosos que afirmam “Eu não sou Charlie” cometem um dos maiores erros estratégicos dos últimos tempos? (posfácio)
- Rússia proíbe memes com figuras públicas (posfácio)
Uma hora a direita vai ter que aprender
como funciona o jogo. Não todos, é claro. Mas se uma boa parte dos
formadores de opinião conseguir entender a dinâmica, palhaçadas como
essa contra Bolsonaro irão custar muito caro politicamente aos radicais
de esquerda. Mas infelizmente, por enquanto eles nadam de braçada.
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