No dia 14 de abril, o economista Luciano Coutinho, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o BNDES,
esteve no Senado para explicar os empréstimos do maior guichê do
capitalismo de Estado brasileiro. Citou o apoio a 91 dos 100 maiores
grupos nacionais, o financiamento à metade de todos os investimentos em
infraestrutura no país e o estoque de empréstimo da ordem de R$ 263
bilhões, correspondente a 11% do PIB. Foi chamado 44 vezes de
presidente. Chamou meia dúzia de senadores de Vossa Excelência. Talvez
para mostrar quem está acima de quem no poder político brasileiro.
A próxima visita de Coutinho ao Senado será provavelmente diferente.
Duas semanas após a tranquila exposição do economista, a oposição
conseguiu as assinaturas suficientes para criar uma CPI destinada a investigar os bilionários empréstimos secretos do BNDES.
Suspeita-se que algumas das operações tenham sido excessivamente
camaradas – e algumas empresas especialmente privilegiadas. Ademais, a
oposição quer investigar os indícios de que o ex-presidente Lula,
conforme revelou ÉPOCA em sua última edição, tenha feito tráfico de influência junto ao BNDES, de modo a favorecer a Odebrecht,
uma das empresas que mais obtiveram dinheiro do banco.
O núcleo de
combate à corrupção da Procuradoria da República em Brasília abriu
investigação para descobrir se Lula atuou em favor da Odebrecht não
apenas no BNDES, mas também junto a governos amigos do PT, os quais
contrataram a empreiteira com dinheiro do banco brasileiro – algumas
vezes após visitas do petista, bancadas pela Odebrecht, aos presidentes
desses países. Lula, o BNDES e a Odebrecht negam qualquer
irregularidade.
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