sábado, 9 de maio de 2015

Inflação é a maior desde 2003. Parabéns, ex-presidente Dilma.


Depois alguns resmungam que só trago más notícias. Dá pra comemorar mais essa aí? Pede pra sair, Dilma Ruimself:


Considerada a taxa oficial no país, a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 0,71% em abril, segundo dados divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira. O resultado representa uma desaceleração frente ao comportamento de março, quando o índice subiu 1,32%. Nos 12 meses encerrados em abril, a inflação chegou a 8,17%, a mais alta desde o período de 12 meses encerrados em dezembro de 2003, quando somou 9,30%.
A taxa de abril é a menor de 2015 e a primeira vez no ano em que o IPCA ficou abaixo de 1%. O resultado, porém, é o mais alto para abril desde 2011, quando atingiu 0,77%. E também muito acima da taxa de abril do ano passado, quando foi de 0,67%.

O IPCA acumulado nos quatro primeiros meses do ano, de 4,56%, já passa do centro da meta oficial de inflação do governo, que é de 4,5%. Ao mesmo tempo, a inflação de janeiro a abril é a mais alta para o período desde 2003, quando ficou em 6,15%. Em março de 2015, essa taxa ficou em 8,13%.

Analistas de mercado consultados pela Bloomberg News esperavam uma taxa média de 0,76% para abril, com estimativas entre 0,70% e 0,92%. Já para o resultado em 12 meses a projeção era de 8,23%, com números entre 8,13% e 8,14%.

A coordenadora de Índices de Preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos, destacou a desaceleração da inflação no mês de abril, ainda que a taxa de 0,71% não possa ser considerada baixa:

– A taxa de abril foi a primeira do ano que ficou abaixo de 1%. Houve desaceleração da inflação em abril, mas ela se sustentou na casa dos 8% no resultado acumulado em 12 meses. O primeiro trimestre do ano foi marcado por uma alta mais expressiva de preços monitorados, como energia elétrica, tarifa de ônibus e combustíveis. Mas essa influência permanece em abril, ainda que em intensidade menor.

ALTA MENOR DA ENERGIA; ALIMENTOS PUXAM IPCA

A desaceleração da inflação em abril, frente a março, foi puxada principalmente pela alta menor dos preços de energia elétrica. A energia, que tinha subido 22,08% em março, avançou 1,31% em abril. Apesar da desaceleração em abril, os preços de energia acumulam alta de 38,12% no ano e de 59,93% em 12 meses.

Já os preços de alimentos foram a maior influência para a alta de inflação em abril, com elevação de 0,97% e impacto de 0,24 ponto percentual. O resultado representou uma desaceleração frente a março, quando os preços de alimentos tinham subido 1,17%.

Vilão da inflação em 2013, o tomate foi o item com maior alta de preço entre os alimentos em abril, de 17,90%. No ano, o tomate subiu 48,65%. Também tiveram variação expressiva a cebola (7,05%), o feijão-mulatinho (6,55%) e o leite longa vida (4,80%).

Alguns alimentos importantes para o consumo das famílias, como batata-inglesa, feijão e frango tiveram queda de preço. Houve queda de 10,02% na batata-inglesa, de 8,38% na mandioca e de 2,78% na farinha de mandioca.

A coordenadora do IBGE, no entanto, explica que não é possível afirmar que esse recuo de preços reflita uma demanda menor:

– É prematuro afirmar que a demanda tem ligação com queda no preço de alimentos. Os últimos a terem impacto de demanda são os alimentos. Se há alguma restrição de renda ou de emprego que levem a reduzir o emprego, isso vai primeiro nos automóveis, que já está acontecendo, e nos eletrodomésticos – explica Eulina.

Várias regiões apresentaram desaceleração no preço de alimentos, mas isso precisa ser visto com reserva, segundo Eulina, já que no ano e em 12 meses o preço tem alta grande. Os preços de alimentos já subiram 4,51% no ano e, em 12 meses, 7,95%.

Goiânia tem a maior alta de alimentos no resultado acumulado em 12 meses, de 10,83%. No Rio de Janeiro, os preços de alimentos subiram 9,45%. Em São Paulo, a alta foi de 7,33%. A seca e o aumento de energia elétrica são apontados como razões para a alta dos preços dos alimentos. 

O segundo maior impacto no IPCA de abril veio do grupo saúde e cuidados pessoais, que avançou 1,32%, com fatia de 0,15 ponto percentual da taxa de 0,71% da inflação geral. A maior pressão veio dos preços de remédios – o principal impacto individual na inflação de abril –, que subiram em média 3,27% depois dos reajustes que entraram em vigor em 31 de março (com alíquotas de 5%, 6,35% e 7,70%, dependendo do medicamento). Além dos remédios, no entanto, também houve impacto dos preços de serviços médicos e dentários (0,93%), produtos óticos (0,91%) e plano de saúde (0,77%).

Já os preços de transportes avançaram 0,11%, diante da queda dos preços de gasolina (0,67%) e de etanol (2,33%).

PREÇO DE SERVIÇOS SOBE 8,32% EM 12 MESES

Os preços de serviços avançaram 0,72% em abril, perto da taxa geral de 0,71%. No ano, a taxa é de 3,28%, para um IPCA de 4,56%. Já no resultado acumulado em 12 meses, a taxa é de 8,32%, enquanto a inflação chega a 8,17%.

– Os serviços têm pressionado a inflação nos últimos anos. Nesses quatro primeiros meses do ano, no entanto, a alta de preços está abaixo do IPCA geral porque há pressão também de preços monitorados – diz Eulina.

A alta de preços monitorados desacelerou para 0,78%, frente a 3,37% em março. Em 2015, no entanto, a variação dos preços chega a 9,31%, mais que o dobro do IPCA de 4,56% do período. No resultado acumulado em 12 meses, a variação dos preços administrados também é bem superior à do IPCA, de 13,39%.

A inflação acumulada em 12 meses, de 8,17%, está bem acima do teto da meta de inflação do governo, que é de 6,5% ao ano. O próprio Banco Central avalia que a alta do dólar e a pressão dos reajustes de tarifas devem tornar mais difícil o combate à inflação. Na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada em 7 de maio, o BC admite que a esperada convergência para o centro da meta oficial — 4,5% — só deve ocorrer no fim do ano que vem. Antes, a expectativa era alcançar o objetivo ao longo de 2016. (O Globo).

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