De acordo com reportagem do jornal 'Folha de S.Paulo', empreiteiro contou a procuradores da Lava Jato que temia por seus negócios com a Petrobras.
Ele também disse ter feito doações clandestinas em favor de Lula e Haddad
O empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC, apontado no escândalo do petrolão o chefe do 'clube do bilhão',
contou aos promotores da força-tarefa da Operação Lava Jato que doou
7,5 milhões de reais à campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff
porque temia ter seus negócios com a Petrobras prejudicados, segundo
reportagem do jornal Folha de S.Paulo publicada neste sábado
(9).
O empreiteiro começava então a mostrar disposição para contar
tudo o que sabe sobre o esquema em acordo de delação premiada - e o que ele sabe é dinamite pura,
como mostrou VEJA em fevereiro: o esquema começou a funcionar em 2003,
organizado pelo então tesoureiro do PT Delúbio Soares; a UTC financiou
clandestinamente as campanhas do ministro Jaques Wagner; a UTC ajudou o
ex-ministro José Dirceu a pagar despesas pessoais; a campanha de Dilma e
o PT receberam 30 milhões de reais desviados da Petrobras.
De acordo com a reportagem da Folha deste sábado, Pessoa
também contou ao Ministério Público que contribuiu com 2,4 milhões de
reais para o caixa dois da campanha à reeleição do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, em 2006; e mais 2,4 milhões de reais para quitar
dívidas da campanha de Fernando Haddad pela prefeitura de São Paulo, em
2012. O valor teria sido abatido da conta de propinas do esquema na
Petrobras.
Conforme a reportagem, o empreiteiro também revelou que a
maior parte dos valores pagos à consultoria do ex-ministro de Lula José
Dirceu foi repassada após a prisão do petista, atendendo a um pedido de
ajuda financeira de sua família.
Segundo a reportagem, o PT rechaçou as
acusações e afirmou que todas as doações foram feitas dentro da lei.
Da redação de Veja
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