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O ex-ministro Antonio Palocci virou alvo das investigações da Operação
Lava-Jato após o delator Paulo Roberto Costa declarar às autoridades que
em 2010 foi procurado pelo petista para providenciar 2 milhões de reais
para o comitê da então candidata Dilma Rousseff. O dinheiro, segundo
ele, sairia dos do esquema de corrupção da Petrobras. O inquérito contra
Palocci corre na Justiça Federal do Paraná, sob o comando do juiz
Sergio Moro. Em Brasília o ex-ministro é investigado pelas consultorias
milionárias prestadas após deixar a cadeira de ministro da Fazenda no
governo Lula.
As duas investigações tendem a se cruzar. VEJA teve acesso
à lista de todos os clientes que contrataram a Projeto Consultoria
desde que ela foi fundada, em 2006. São 73 empresas. Há de tudo um
pouco: bancos, empresas da área médica, shoppings, escritórios de
advocacia, usina de açúcar, empresas do ramo imobiliário, financeiras.
Até uma associação de estilistas figura entre os pagadores. Ao todo,
eles renderam ao ex-ministro 36,5 milhões de reais.
Um desses pagamentos merece atenção redobrada. Entre 2008 e 2010,
Palocci recebeu 2 milhões de reais da Unipar e da Carbocloro, empresas
do ramo petroquímico que hoje formam uma só empresa e que, àquela
altura, tinham interesses importantes na Petrobras. Em depoimento
prestado à Justiça, o doleiro Alberto Youssef revelou que a Unipar pagou
18 milhões de reais em propina ao esquema de corrupção que operava na
estatal em troca de vantagens.
Um e-mail ao qual VEJA teve acesso mostra
que, em 2007, a petroquímica encontrava dificuldades em levar seus
negócios à frente - e pedia ajuda à então ministra-chefe da Casa Civil
Dilma Rouseff, que também acumulava o cargo de presidente do Conselho de
Administração da Petrobras.
A mensagem foi enviada por Frank Geyer Abubakir, presidente da
Unipar, a Giles Azevedo, então chefe de gabinete da Casa Civil, pedindo
para "atualizar a ministra Dilma sobre as negociações entre a Petrobras e
a Unipar que encontram-se em estágio avançado".
Abubakir foi apontado
pelo doleiro Alberto Youssef como responsável pelo pagamento da propina.
Além de pedir ajuda à então ministra para apressar o processo, ele
informa que os executivos da Petrobras estavam criando dificuldades -
segundo as investigações da Lava Jato, o homem das dificuldades era
Paulo Roberto Costa. "Tal fato nos deixou preocupados pois entendemos
ser crítico o fechamento das operações em paralelo, conforme combinado
anteriormente", escreve Abubakir. Ele não deixa claro o que seriam as
tais 'operações em paralelo'.
3 comentários:
IMPEACHMENT JÁ!!!
Tem o benefício de sair dos holofotes, além de sair das vaias...
Cordovero