A situação
anda crítica lá pelas bandas do Palácio das Mangabeiras com as
estrepolias da mulher do governador Fernando Pimentel. A PF acusa
Carolina Pereira, que é jornalista, de manter empresa de fachada, usada
pela quadrilha de Benedito Oliveira, o Bené, preso ontem na Operação
Acrônimo. Sim, a empresa Oli Comunicação, da mulher do governador, é
fantasma:
A Polícia
Federal acusa a jornalista Carolina de Oliveira Pereira, mulher do
governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, de manter empresa que é
usada pela organização do empresário Benedito de Oliveira, um dos presos nesta sexta-feira pela Operação Acrônimo.
Um dos relatórios da operação a que o GLOBO teve acesso afirma que Oli
Comunicação e Imagens, que está em nome de Carolina, seria apenas uma
empresa de fachada. A empresa teria sido usada pelo grupo de Benedito
para movimentação financeira indevida.
A Polícia
Federal concluiu que a Oli Comunicação é empresa fantasma depois de
fazer uma visita ao endereço da empresa. No papel, a Oli funciona no
mesmo endereço da PP & I Participações Patrimoniais, outra empresa
supostamente usada em negócios nebulosos de Benedito Oliveira.
"Conforme
item 3.1.1. da Informação 009/2015, embora a recepcionista do local
tenha referido o funcionamento da empresa Oli, nos salas 1810 e 1881
(onde deveria funcionar a empresa) não foi encontrada qualquer indicação
da existência da mesma", diz o procurador Ivan Marx ao pedir à Justiça
Federal busca e apreensão de documentos em endereços de Caroline.
Segundo o
procurador, "pode se concluir que, tanto a empresa PP & I
Participações Patrimoniais e Imobiliárias, a empresa Oli Comunição e
Imagens também seria uma empresa fantasma possivelmente utilizada para
os fins Orcrim (organização criminosa) com a conivência de sua
proprietária Caroline de Oliveira Pereira".
Antes de
se casar com Fernando Pimentel, Carolina trabalhava como assessora de
imprensa do petista no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior. Ela era contratada por meio do BNDES, órgão vinculado
ao ministério comandado por Pimentel. A ação da PF ocorreu no endereço
onde Carolina vivia antes da eleição de Pimentel, em Brasília.
Atualmente, a primeira-dama mora no Palácio dos Mangabeiras, em Belo
Horizonte, residência oficial do governador do estado.
Procurado
pelo GLOBO para comentar a ação na casa de Carolina, o governo de Minas
informou, apenas, que “não é objeto de investigação neste processo”. Na
tarde de ontem, a primeira-dama divulgou nota informando que “viu com
surpresa a operação de busca e apreensão realizada em sua antiga
residência, em Brasília” e que “acredita que a própria investigação vai
servir para o esclarecimento de quaisquer dúvidas”.
A
Operação Acrônimo apura o que a PF diz ser um esquema de montagem de
empresas para lavar dinheiro. A maior parte das empresas é considerada,
pela PF, como de fachada. Elas teriam movimentado mais de R$ 500 milhões
desde 2005, só em contratos com o governo federal. A Gráfica Brasil —
principal empresa da família de Benedito — faturou R$ 465 milhões nesse
período. Isso chamou a atenção dos investigadores. Outra empresa do
grupo, chamada Due, faturou R$ 65 milhões em eventos. Parte do dinheiro
pode ter sido doação para campanhas.
Nas
buscas, foram aprendidos R$ 98 mil e US$ 5 mil. A assessoria da PF
informou que, durante a operação, teria sido constatado que o grupo
investigado continuou a atuar e por isso foi feita prisão em flagrante. A
PF não esclareceu em que circunstância isso ocorreu. Ao todo, 12 carros
foram apreendidos e estão na superintendência da PF em Brasília.
Segundo a
PF, o grupo fazia transações com pequenas quantias para ficar fora do
radar do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). A
técnica é batida e ganhou um apelido “smurffing”. O nome deriva do
desenho Smurfs: criaturinhas que vivem numa aldeia mágica e conseguem
passar despercebidas dos humanos. (O Globo).
sexta-feira, 29 de maio de 2015
Ai, ai, ai: mulher de Fernando Pimentel viajou com o Bené, preso pela PF.
O tal de
Bené já havia se envolvido no escândalo dos dossiês contra candidatura
Serra, em 2010. Hoje foi preso por suspeita de associação criminosa. É
colaborador de candidaturas petistas:
Carolina de Oliveira Pereira, mulher do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, cujo apartamento em Brasília foi alvo de busca e apreensão
realizada nesta 6ª feira (29.mai.2015) pela Polícia Federal, já dividiu
uma viagem de jato particular com o empresário Benedito Rodrigues de
Oliveira Neto, conhecido como Bené, preso nesta 6ª feira sob suspeita de crime de associação criminosa.
Carolina
estava num voo de Punta Del Este, no Uruguai, a Belo Horizonte em
29.mar.2014, em um jatinho Embraer Phenom 300, prefixo PR-ERE. Também
estavam no avião Pimentel, o deputado federal Gabriel Guimarães (PT-MG),
Benê e uma segunda mulher, Bruna Cristina da Silva Oliveira Fonseca de
Andrade.
A viagem já havia sido divulgada pela “Folha”
em 10.out.2014, durante a campanha eleitoral do ano passado, sem a
informação de que Carolina estava no voo. Abaixo, reprodução do
documento que lista os nomes dos passageiros e detalhes da viagem:
Detalhes do voo (clique para ampliar)
Não havia
mandado de prisão expedido contra Bené, mas os policiais decidiram
prendê-lo em flagrante após analisar documentos apreendidos durante a Operação Acrônimo.
Ele atua
no ramo de serviços gráficos e organização de eventos. Segundo a
investigação da PF, duas empresas de Bené –a Gráfica Brasil e a DUE–,
receberam R$ 525 milhões em contratos com a União de 2005 a 2014. Até
2005, as empresas faturavam cerca de R$ 5 milhões ao ano.
A
operação tem como objetivo combater organização criminosa investigada
por lavagem de dinheiro. Segundo a PF, os investigados empregavam a
técnica de “smurffing'', que busca evitar a identificação de
movimentações fracionando os valores, e uso de “laranjas”.
Em outubro de 2014, Bené estava em um avião apreendido
pela PF no aeroporto de Brasília que transportava R$ 114 mil em
espécie. Esse fato foi o pontapé inicial da Operação Acrônimo,
deflagrada nesta 6ª feira. Seu nome, sinônimo de sigla, deve-se ao
prefixo da aeronave apreendida em 2014, PR-PEG, que traz as iniciais dos
filhos de Bené.
Pimentel,
por meio de sua assessoria, informou que na época da viagem não ocupava
nenhum cargo público nem era um candidato ao governo. “Foi uma viagem
privada”, diz a nota. (Blog do Fernando Rodrigues).
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