O UOL publicou ontem uma reportagem inacreditável cujo título é “Da cadeia você sai mais revoltado, diz menor sobre redução da maioridade”. Ela é suficiente para mostrar a deformação moral da mídia de esquerda.
A argumentação é simples e apavorante:
menores infratores afirmam serem contrários à redução a maioridade
penal, logo o melhor é deixar de puni-los. O curioso é que eles até já
aprenderam a usar rotinas desonestas como “a redução não resolveria o
problema”. Mas quem disse que o problema é a redução dos índices
estatísticos de violência? O problema primeiro aqui é a violência
sancionada pelo estado, além da injustiça de soltar um criminoso
violento nas ruas.
Daí o argumento dos menores é que na
Fundação CASA é possível “uma melhor recuperação”. O engraçado é que
pessoas que não tem vergonha na cara de dizer “estou me recuperando da
mania de cometer crimes” já são pessoas irrecuperável. Não há qualquer
chance dessas pessoas demonstrarem qualquer senso moral daí pra frente,
até por que já foi ensinado a elas que as culpas devem ser
terceirizadas. Prestem atenção: não confie em nenhum ser humano que diga
que sua “recuperação” (em termos morais) depende dos outros. Pessoas
assim são perigosas. Todas.
Outro menor afirmou que sairia mais
“revoltado” da cadeia. Mas dependendo do crime, a questão não é “sair”
da cadeia, mas ficar por lá um bom tempo. E quem disse que a “revolta”
que conta é a do bandido e não a da vítima? Quer dizer que se um menor
estuprar e matar uma garota, é melhor ele ficar apenas 3 anos
descansando ao invés de uns 15 ou 20 em uma prisão para evitar que ele
“se revolte”? Mas para a família da vítima, não há problema de ficarem
revoltados, certo? Já aprenderam a ser cínicos mesmo. Como já disse, não
há recuperação para isso. A matéria do UOL simplesmente mostra uma
série de casos perdidos.
Imaginem a cena onde uma criança diz aos
pais: “Por favor, não cortem minha mesada, senão eu vou ficar
revoltado”. O que você acha que ocorreria? Enfim, a quem o UOL quer
enganar com esta matéria indecente?
Como a matéria é pró-impunidade, não iria
trazer obviedades como: (1) se o menor não quiser ficar revoltado em ir
para a prisão, a melhor coisa é não fazer por merecer ir pra lá, (2) se
o bandido sair mais revoltado da cadeia, o problema não é nosso, (3)
ensinar pessoas a se fingirem de vítimas e transferirem suas
responsabilidades é torná-las irrecuperáveis.
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