Deu no Estadão
Em reunião do Conselho de Administração da Petrobrás realizada em 14 de novembro de 2014, a então presidente da estatal, Graça Foster, afirmou que nunca houve motivos técnicos para que as obras de Abreu e Lima fossem aceleradas, “a não ser terminar a refinaria no ano de 2010”.
Em 2010, a presidente Dilma Rousseff foi candidata à Presidência e, naquela eleição, menos de 30% da obra estava pronta e a refinaria não foi concluída.
As obras de Abreu e Lima começaram em 2007, sem a conclusão dos projetos básicos, e o valor do parque industrial instalado no litoral sul de Pernambuco saltou de US$ 2,5 bilhões para US$ 18 bilhões, com uma série de aditivos contratuais. A primeira parte da refinaria, que é alvo de investigação por suspeita de desvios para pagamento de propinas, só começou a operar no fim de 2014. A previsão inicial de conclusão era 2011.
O áudio da reunião do conselho obtido pelo Estado é uma das gravações que a Petrobrás entregou à CPI da Câmara que apura corrupção na estatal.
Na reunião, um dos conselheiros insistiu em saber se a diretoria da Petrobrás poderia ter feito o Plano de Antecipação da Refinaria (PAR), que foi autorizado em 2007, quando a petroleira era presidida por José Sergio Gabrielli. Graça Foster, sucessora de Gabrielli, foi taxativa ao afirmar que não havia razões “mercadológicas e econômicas” que justificassem a manobra, que, na prática, afrouxa os mecanismos de controle de custo e o planejamento das obras.
“Tem que ter uma razão mercadológica, uma razão econômica para você poder antecipar alguma coisa (…) Não havia uma demanda para o PAR a não ser terminar a refinaria no ano de 2010”, afirmou Graça. Este trecho do áudio não consta na ata da reunião. Já em outra parte da gravação que está na ata, ela diz: “Na época, não sei quais foram as premissas que a diretoria adotou”.
A executiva disse ainda que, hoje, não permitiria que o plano de antecipação fosse colocado em prática. “Hoje, não poderia ter feito (a antecipação) porque você não pode começar um projeto sem ter concluído o projeto básico. (…) Tem uma sequência de eventos que não pode deixar de cumprir. Tem que olhar tudo para subir para a diretoria. Este é o ponto”, afirmou a ex-presidente no áudio. Este trecho também foi incluído na ata da reunião do conselho.
O Estado não conseguiu localizar nem Gabrielli nem Graça Foster. A Petrobrás informou que não comentaria “informações supostamente oriundas de vazamentos ilegais”. As gravações, assim como as atas, são consideradas sigilosas pela estatal.
###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Caramba, a que ponto chegamos. Agora, não somente o BNDES descumpre a lei, para manter sob sigilo seus empréstimos irregulares, como também a Petrobras passa a considerar sigilosas as atas das reuniões de seu Conselho de Administração, em total desrespeito à Lei das Sociedades Anônimas, à qual está submetida. O mais incrível é que estas coisas estão acontecendo e a Polícia não é chamada, ninguém sai algemado, é uma impunidade total. Imaginem quando a Justiça dos Estados Unidos souber que as atas da Petrobras estão sob sigilo. Os acionistas norte-americanos vão fazer uma festa. (C.N.)
Em reunião do Conselho de Administração da Petrobrás realizada em 14 de novembro de 2014, a então presidente da estatal, Graça Foster, afirmou que nunca houve motivos técnicos para que as obras de Abreu e Lima fossem aceleradas, “a não ser terminar a refinaria no ano de 2010”.
Em 2010, a presidente Dilma Rousseff foi candidata à Presidência e, naquela eleição, menos de 30% da obra estava pronta e a refinaria não foi concluída.
As obras de Abreu e Lima começaram em 2007, sem a conclusão dos projetos básicos, e o valor do parque industrial instalado no litoral sul de Pernambuco saltou de US$ 2,5 bilhões para US$ 18 bilhões, com uma série de aditivos contratuais. A primeira parte da refinaria, que é alvo de investigação por suspeita de desvios para pagamento de propinas, só começou a operar no fim de 2014. A previsão inicial de conclusão era 2011.
O áudio da reunião do conselho obtido pelo Estado é uma das gravações que a Petrobrás entregou à CPI da Câmara que apura corrupção na estatal.
Na reunião, um dos conselheiros insistiu em saber se a diretoria da Petrobrás poderia ter feito o Plano de Antecipação da Refinaria (PAR), que foi autorizado em 2007, quando a petroleira era presidida por José Sergio Gabrielli. Graça Foster, sucessora de Gabrielli, foi taxativa ao afirmar que não havia razões “mercadológicas e econômicas” que justificassem a manobra, que, na prática, afrouxa os mecanismos de controle de custo e o planejamento das obras.
“Tem que ter uma razão mercadológica, uma razão econômica para você poder antecipar alguma coisa (…) Não havia uma demanda para o PAR a não ser terminar a refinaria no ano de 2010”, afirmou Graça. Este trecho do áudio não consta na ata da reunião. Já em outra parte da gravação que está na ata, ela diz: “Na época, não sei quais foram as premissas que a diretoria adotou”.
A executiva disse ainda que, hoje, não permitiria que o plano de antecipação fosse colocado em prática. “Hoje, não poderia ter feito (a antecipação) porque você não pode começar um projeto sem ter concluído o projeto básico. (…) Tem uma sequência de eventos que não pode deixar de cumprir. Tem que olhar tudo para subir para a diretoria. Este é o ponto”, afirmou a ex-presidente no áudio. Este trecho também foi incluído na ata da reunião do conselho.
O Estado não conseguiu localizar nem Gabrielli nem Graça Foster. A Petrobrás informou que não comentaria “informações supostamente oriundas de vazamentos ilegais”. As gravações, assim como as atas, são consideradas sigilosas pela estatal.
###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Caramba, a que ponto chegamos. Agora, não somente o BNDES descumpre a lei, para manter sob sigilo seus empréstimos irregulares, como também a Petrobras passa a considerar sigilosas as atas das reuniões de seu Conselho de Administração, em total desrespeito à Lei das Sociedades Anônimas, à qual está submetida. O mais incrível é que estas coisas estão acontecendo e a Polícia não é chamada, ninguém sai algemado, é uma impunidade total. Imaginem quando a Justiça dos Estados Unidos souber que as atas da Petrobras estão sob sigilo. Os acionistas norte-americanos vão fazer uma festa. (C.N.)
Nenhum comentário:
Postar um comentário