Teori
Zavascki enviou ao procurador-geral da República Rodrigo Janot o
relatório da PF com mensagens que mostram os laços do ministro Toffoli
com o empreiteiro da OAS:
O
ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no Supremo
Tribunal Federal (STF), enviou para o procurador-geral da República,
Rodrigo Janot, o relatório da Polícia Federal com mensagens telefônicas
que mostram a proximidade dos ministros Dias Toffoli, do STF, e Benedito
Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), com o empreiteiro Léo
Pinheiro, ex-presidente da OAS e réu do petrolão. Léo Pinheiro estava
preso até a semana retrasada. Foi solto por uma decisão apertada da 2ª
Turma do STF - e, para isso, contou com o voto decisivo do amigo Dias
Toffoli. De acordo com a Procuradoria Geral da República, Janot vai
decidir até a semana que vem quais providências vai adotar no caso.
Reveladas
por VEJA, as mensagens descobertas pela Polícia Federal nos telefones
celulares de Léo Pinheiro mostram que o empreiteiro frequentava a
residência de Dias Toffoli. Léo Pinheiro era convidado para as festas de
aniversário de Toffoli, e aparece pedindo a um funcionário que
providenciasse um presente para o ministro. As mensagens também citam
uma reunião entre Pinheiro e Toffoli em 2013. Apesar da proximidade com o
réu, Dias Toffoli não viu nenhum problema em participar do julgamento
que o libertou.
Os
arquivos coletados nos celulares de Léo Pinheiro foram reunidos em um
relatório de 26 páginas, enviado sob sigilo a Teori Zavascki. Na semana
retrasada, Zavascki encaminhou o documento para que Rodrigo Janot se
manifeste sobre as providências a serem adotadas tanto em relação a Dias
Toffoli quanto a Benedito Gonçalves.
Segundo a
Secretaria de Comunicação da Procuradoria Geral, Janot está analisando o
material. "A resposta deve ser encaminhada ao STF em até 15 dias",
informou a Procuradoria-Geral da República em nota. O procurador-geral
pode, por exemplo, questionar a participação de Dias Toffoli nos
julgamentos relacionados à Lava Jato. Também cabe a ele solicitar a
abertura de investigação sobre as relações tanto de Toffoli quanto de
Benedito Gonçalves com o ex-presidente da OAS. Outra opção de Janot é
engavetar o relatório: ele pode simplesmente sugerir o arquivamento do
material.
No caso
de Benedito Gonçalves, Janot pode sugerir a remessa do material ao
Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O ministro do STJ trocava mensagens
diretamente com Léo Pinheiro e costumava pedir favores diversos,
inclusive para parentes. Benedito estava em campanha para ocupar a vaga
deixada por Joaquim Barbosa no STF e, para realizar o que chama de
"projeto pessoal", chegou a pedir a "ajuda valiosa" do empreiteiro,
amigo do peito de Lula. Gonçalves era um dos preferidos do ex-presidente
para o posto.
A VEJA,
Dias Toffoli afirmou por meio de nota que conhece Léo Pinheiro, mas que
"não tem relação de intimidade e não se recorda de ter recebido presente
institucional dele ou da empresa OAS". O ministro não respondeu à
pergunta sobre as visitas do empreiteiro a sua residência. Benedito
Gonçalves, por sua vez, não se pronunciou. (Veja.com).
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