Moradores das invasões e terras parceladas do Setor de Inflamáveis se expõem a diversas doenças
Conforme mostrou ontem (15) a reportagem do JBr., os habitantes que dividem muros com as indústrias sabem de alguns riscos - como o de explosão - e alegam tomar pequenos cuidadoseric.zambon@jornaldebrasilia.com.br
A possibilidade de provocar ou ser vítima de vazamentos não deve ser a única preocupação para os moradores das invasões e terras parceladas do Setor de Inflamáveis, no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA). O risco de contrair doenças e complicações respiratórias e dermatológicas, por morar nas proximidades de galpões de armazenamento de combustíveis, é real, apontam especialistas.
Conforme mostrou ontem (15) a reportagem do JBr., os habitantes que dividem muros com as indústrias sabem de alguns riscos – como o de explosão – e alegam tomar pequenos cuidados. Porém, não é o suficiente para garantir a própria segurança, especialmente por estarem sujeitos a contatos prolongados com substâncias perigosas e cancerígenas.
“No caso de quem mora nas invasões, se houver alguma criança brincando em uma terra contaminada por vazamento, ela pode começar a ter irritações na pele”, explica Gilvan Alves, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia e atual especialista no assunto pela Universidade de Brasília (UnB).
“O benzeno – presente na composição dos combustíveis – tira a camada de gordura da pele e a deixa ressecada. O problema também podem ser os metais pesados, que são absorvidos pela pele em caso de contato”, exemplifica.
Cuidado especial
O contato com esse tipo de substância requer cuidados especiais, a exemplo do que ocorre com profissionais de postos de combustíveis. Eles recebem equipamentos de segurança e são instruídos quanto a procedimentos corretos. Em seus locais de trabalho, estão expostos a gases e líquidos perigosos, mas, de acordo com o sindicato da categoria (Sinpospetro), os moradores das invasões e chácaras do Setor de Inflamáveis correm mais riscos.
“Nos locais de armazenamento e carregamento, a concentração de vapores é muito maior (do que em um posto). É o dia inteiro caminhão carregando o produto. Muita gente com sensibilidade na pele não pode nem chegar perto de gasolina”, diz o diretor e tesoureiro do sindicato, William Ferreira da Silva.
Chance de contaminação com benzeno
O pneumologista do Hospital Santa Helena João Daniel Bringel acredita que o mais importante em relação às moradias irregulares na zona industrial “é o grande risco de acidentes quando esses tanques (de combustível) estão próximos a residências”.
Segundo ele, a possibilidade de contaminação do lençol freático com benzeno, produto “comprovadamente carcinogênico”, ou seja, pode causar câncer, deve ser a situação mais observada.
Em conversa com moradores do Setor de Inflamáveis, que preferiram não se identificar, a reportagem ouviu que eram poucos os riscos de algo dar errado na área. Os habitantes, porém, criticam a falta de uma política habitacional que contemple satisfatoriamente a todos para justificar a escolha do local onde viver. Mas, ao que parece, enquanto algo não der errado, a situação se manterá.
Efeitos do contato
Quem divide o muro com as distribuidoras pode ter a saúde afetada. De acordo com artigo publicado na Revista Engenharia Sanitária, no bimestre julho-setembro de 2007, estudo submeteu voluntários a vapores de gasolina por 30 minutos, gerando irritação dos olhos. Em casos de liberação do combustível ou de óleo diesel dentro de residências pelo encanamento, porém, teriam sido constatados outros sintomas, como dores de cabeça, irritação ainda maior dos olhos e nas vias respiratórias.
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília
No DF a política habitacional privilegia os ricos, sobretudo os políticos que promovem e custeiam as invasões, regularizam os lotes fazendo a clássica política de vitimizar os invasores (que na realidade foram pagos para fingir que invadem) e depois chutam os pseudo invasores e ficam com os lotes para si.Pobre de verdade não consegue lote.
Anonimo
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