20/08/2015
às 21:55
Que
bom para as esquerdas que não haverá luta armada no país, não é?, como
chegou a sugerir o presidente da CUT, Vagner Freitas, e o chefão do
MTST, Guilherme Boulos. Sim. Vamos convir: a partir de um determinado
número, quantidade vira destino — a exceção, por três dias ao menos, foi
a Batalha das Termópilas… Pesquisem a respeito (Tema do filme " 300", gente. Lembram?N.B).
O PT e as
esquerdas decidiram sair às ruas no país inteiro para defender o governo
Dilma. Na Internet, a manifestação foi batizada de “Marcha dos
Pixulecos”. O exército virtual petista tentava emplacar hashtags em
favor da patuscada, mas nada! “#MarchadosPixulecos” chegou a disparar.
Foi um
mico. Prestem atenção! Movimentos da sociedade civil, sem militância
profissional, conseguiram levar no domingo, segundo as PMs, quase 700
mil pessoas às ruas. Segundo as policias, no país inteiro, os
esquerdistas reuniram, no máximo, 73 mil — 175 mil segundo os
organizadores.
Vale dizer: comparando-se estimativas da mesma fonte, os
vermelhos reuniram pouco mais de 10% do público que protestou no
domingo.
Insisto: o
maior partido se juntou à maior central, contando com o apoio de
aparelhos como MST, UNE e MTST para juntar 10% da população que foi às
ruas espontaneamente. Em São Paulo, que reuniu mais gente nos dois dias,
a PM estimou 350 mil contra Dilma e 40 mil a favor.
Fosse no
braço, fosse de arma na mão, a esquerda tomaria uma surra. Mas,
felizmente, não será assim. A sova que os vermelhos tomam é mesmo de
civilidade.
Comece-se
pelo óbvio: os que querem Dilma fora do Palácio do Planalto se reuniram
num domingo.
Não atrapalharam a vida de ninguém. Estou num prédio da
Avenida Paulista. A cidade vive o seu inferno, com buzinas irritadas,
colapso no trânsito, dificuldades as mais variadas.
Explica-se:
os que tomam a avenida, na sua maioria, são manifestantes
profissionais. À diferença dos que trabalham para arrecadar os impostos,
esta é a ocupação dessa gente: atrapalhar as pessoas ocupadas.
A pauta,
Brasil afora, é o um samba-do-crioulo-doido. É claro que todos querem
que Dilma permaneça no poder e chamam o impeachment de “golpe”, mas
também se pede a cabeça de Joaquim Levy, hoje o ministro que garante
alguma credibilidade à presidente.
E,
obviamente, não poderia faltar o “Fora Cunha!”. Afinal, ele é
considerado hoje o principal adversário das esquerdas. O dia é
especialmente propício para isso — coisa de que trato em outro post.
O mais
notável, em suma, é que os "valentes" foram às ruas, torrar a paciência de
quem trabalha, em defesa do governo Dilma, mas contra as medidas do…
governo Dilma!
Que é,
leitor? Você não vai agora cobrar coerência de esquerdistas, não é? Se
coerentes fossem, estariam, neste momento, planejando a revolução, em
vez de ir à rua defender o governo e, adicionalmente, a honra ilibada de
ladrões.
Ah, sim:
por onde quer que passasse a Marcha dos Pixulecos, em São Paulo,
moradores dos prédios saíam à janela e esfregavam o polegar ao
indicador. Nós sabemos o que isso quer dizer. Os paulistanos estavam
deixando claro que, para eles, nem todos os que estavam na rua eram
comprados. Alguns eram vendidos.
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