sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Os que trabalham duro e pagam impostos ganharam, os que mamam nas tetas do governo, grilam terras e ameaçam a classe média que sustenta o Brasil perderam.






reinaldo azevedo Jornalista, é colunista da Folha e autor de um blog na revista 'Veja'. Escreveu, entre outros livros, 'Contra o Consenso' e 'O País dos Petralhas' e 'Máximas de um País Mínimo'.
Escreve às sextas-feiras.



Nós, os antiesquerdistas, vencemos!

 




A atual política brasileira é filha da paranoia e da esquizofrenia. É paranoica porque a força política ainda dominante no establishment vê, ou finge ver, inimigos em todos os cantos, hostilizando mesmo aqueles que se dedicam à simples advertência sobre seus desmandos. Mas essa política é, sobretudo, esquizofrênica. E isso explica por que não há saída para a presidente Dilma Rousseff. Ela vai cair.


Vocês notaram? Os que a querem fora da cadeira –e eu quero!– foram às ruas no domingo passado, dia 16, contra a roubalheira, contra a incompetência, contra o mundo "petralha", vocábulo já dicionarizado, que criei no ano 2000, ainda antes de o PT chegar à Presidência.


A minha referência era o que eu sabia que o partido já andava fazendo em municípios e Estados. Celso Daniel, por exemplo, foi assassinado em janeiro de 2002 e estava no quinto ano de sua volta à Prefeitura de Santo André. Os petralhas –petistas que aderiam à ética dos Irmãos Metralha– diziam roubar os cofres públicos para nos salvar. (Nos salvar? A roubalheira foi feita mas nós não fomos salvos, ao contrário!Estamos no sufoco, apertando os cintos, afundados em dividas para pagar a gastança desenfreada dos nossos líderes corruptos. N.B.) Eu me nego a ser salvo por bandidos.


Pois é... Embora muitas pessoas tenham dito para si mesmas e para os outros, no domingo passado, que não podem ser obrigadas a arcar com o custo da irresponsabilidade petista, a quase todos era claro que o ajuste fiscal é necessário; que ele é a correção fatal das bobagens feitas pelo petismo. Vale dizer: não batemos panela, bumbo ou boca contra o ajuste fiscal. Mas contra Lula, o boneco inflado, e contra Dilma, a Lírica da Mandioca, que não sabe cortar gastos nevm fazer... ajuste fiscal!


Quem grita contra o que faz sentido no governo é Guilherme Boulos, o predileto das tias –"Que menino opinioso!!!". Quem faz isso é João Pedro Stedile, o sem-terra a quem a enxada provocaria um choque anafilático. Mobilizar-se contra a correção necessária dos desmandos do Estado hipertrofiado é coisa de mamadores oficiais; de gente que depende dele para alimentar as suas taras de classe, ainda que tomadas de empréstimo, como no caso dessa dupla.


Ou por outra: quem quer Dilma fora da cadeira presidencial defende a única coisa que pode fazer algum sentido em Dilma. Os que a querem onde está a consideram uma vira-casaca, mas ela ainda é a melhor garantia do Estado-babá, que vai mantê-los alimentados com o leite de pata estatal. E aí está a esquizofrenia.


Os muitos milhares que foram às ruas no domingo não reconhecem na presidente as condições políticas e morais para continuar no comando do país, embora saibam que ela já caiu do cavalo na estrada de Damasco e descobriu a iluminação do óbvio. Os que, na quinta (20), mamando em alguma sinecura oficial, manifestaram pela continuidade do governo são, no entanto, contrários às medidas do... governo!!!

A ironia macabra desses dias é mais ou menos esta: os que já não podem conviver com Dilma apoiam boa parte das medidas adotadas por... Dilma! Os que esgoelam "Fica Dilma" não aceitam as escolhas necessárias de... Dilma!

Os ligeiros logo decretarão um empate de enganos e desenganos entre os que, de um lado e de outro, não saberiam onde pôr o seu desejo. Errado! Não há empate nenhum! Nós, os antiesquerdistas, vencemos. Não queremos nada pra nós. Nem sinecura nem caraminguás. Só lutamos pelo triunfo da matemática. Os outros apenas imploram para viver, vencidos pela evolução da espécie.


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