segunda-feira, 17 de agosto de 2015

As ameaças do Presidente da CUT de uso de milícias para atacar opositores do governo bolivariano não são metáforas.

Miguel do Rosário, Vagner Freitas, a CUCUT e a metáfora que foi sem nunca ter sido

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Quem está nos quarenta deve se lembrar da novela Roque Santeiro, de 1985, na qual Regina Duarte interpretava uma falsa viúva. Era uma viúva, sem nunca ter sido. Na mesma linha, temos a nova “metáfora” de Vagner Freitas, da CUCUT (valeu pela dica, Alex Brum), que saiu avisando que seu bando iria pegar em armas se Dilma tomasse um pontapé nos fundilhos via impeachment. Em total estilo frouxo (e com medo de uns bons processos), saiu dizendo que era tudo uma “metáfora”.
Pena que ele não combinou com o blogueiro governista Miguel do Rosário, o qual deixa claro que a metáfora de Vagner Freitas é mais uma que foi, sem nunca ter sido:

O presidente da CUT, ao falar que pegaríamos em armas e iríamos todos às ruas defender a democracia, usou uma metáfora. Mas também falou uma verdade literal. Derrubar o poder do voto, depois de uma campanha tão difícil em 2014, seria uma profunda ofensa para milhões de brasileiros que se deram ao trabalho de fazer campanha e votar. Seria humilhante para os 54 milhões de eleitores de Dilma Rousseff. E a humilhação é um péssimo conselheiro. 54 milhões de humilhados, então, seria um barril com 54 milhões de toneladas de pólvora.
Pera, pera…
Vamos botar ordem nessa suruba. Se algo é uma metáfora, não pode ser uma verdade literal. E se for uma verdade literal, não pode uma metáfora. Não dá para ser as duas coisas ao mesmo tempo.


E toda a descrição de Miguel do Rosário descreve com perfeição a ameaça de uso de milícias para atacar opositores do governo bolivariano. Há todos os frames típicos de ameacinhas utilizadas por grupos terroristas, como “profunda ofensa”, “humilhados vão reagir” e “toneladas de pólvora”, os quais são copiados da lenga-lenga de grupos como Al Qaeda e Estado Islâmico, que apelam ao discurso de “somos humilhados, e a consequência vem com muita pólvora”.


Seja como for, Miguel do Rosário pelo menos ajudou a estragar mais uma desculpa esfarrapada. As vezes eles até nos são úteis, certo?


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