A mídia está tão submissa e alguns
republicanos caíram tão retumbantemente nas alegações sem provas de
Janot que poucos tem comentado o golpe perpetrado pelo procurador geral
de Dilma, em sua denúncia sem provas contra Cunha. E agora esta notícia do jornal Valor mostra que eles nem mesmo querem esconder o golpe. O negócio é partir para a avacalhação definitiva mesmo. Leia:
Na denúncia apresentada nesta tarde ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, acusa o deputado de ter praticado o crime de corrupção passiva em duas ocasiões separadas, além do crime de lavagem de dinheiro em 60 episódios diferentes.
O procurador afirma que os crimes foram praticados em “concurso material” – modalidade em que, no direito penal, as penas mínimas de cada crime separado são somadas para se chegar à penalidade final.
A pena mínima para o crime de corrupção passiva é de dois anos, enquanto a de lavagem é de três anos. Assim, se condenado por todos os crimes pelos quais foi acusado, e aplicando-se a pena mínima para cada um deles, Cunha pegaria 184 anos de prisão.
Esse total resultaria na prática em 30 anos de prisão em regime fechado, o máximo permitido pela legislação brasileira.
A tendência do STF, porém, é de reconhecer cada crime uma única vez e depois aumentar a pena em até dois terços, em vez de somar todas as penas mínimas. Essa metodologia resulta em uma pena menor.
184 anos? Janot, não chame os outros de
débeis mentais. Qualquer pessoa intelectualmente honesta já percebeu que
isto é puro truque publicitário.
O principal recurso que diferencia o
PT se baseia na agilidade mental. Mesmo com um sistema moral monstruoso,
eles conseguem chamar os oponentes de golpistas, enquanto estes
oponentes apenas seguem a lei ao discutir o impeachment pelas via
legais. Estes oponentes, todavia, não chamam o PT de golpista,
exatamente enquanto estes últimos dão golpes incessantemente.
Observem a mágica: para o PT, chamar os
outros golpistas é um recurso no intento de praticar golpes
continuamente, enquanto seus opositores se recusam a chamá-los de
golpistas (parece que ficaram psicologicamente impressionados, achando
que o PT registrou o termo “golpista” para uso particular, o que, cabe
avisar, não aconteceu).
Isto posto, deve ficar claro que já se
tornou um crime moral para os opositores do PT se recusar a chamá-los de
golpistas. Se não começarem a fazer isto, depois desta sentença zoeira
de Janot, então é sinal de que estamos diante de causas quase perdidas.
Daí talvez teremos que apelar para hipnose ou coisas do tipo.
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