segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Milicianos petistas, como os chavistas, tentam bater em manifestantes contra o governo. Cardozo deveria mandar abrir investigação!

31/08/2015
às 5:14

A democracia deles – Milicianos petistas, como os chavistas, tentam bater em manifestantes contra o governo. Cardozo deveria mandar abrir investigação!

Pixuleko em manhã de sol na Paulista. Quanto mais os petistas esperneiam, mais ele vira um símbolo (Foto: Aruay Goldshmidt)
Pixuleko em manhã de sol na Paulista. Quanto mais os petistas esperneiam, mais ele vira um símbolo (Foto: Aruay Goldshmidt)

Escrevi aqui na manhã de ontem um post alertando para uma página no Facebook — e muitas outras havia e há — em que petistas e esquerdistas no geral incitavam o confronto de rua com aqueles que marcaram um protesto contra o governo Dilma, exibindo o Lula Inflado, que virou um ícone desses tempos. Seu nome de batismo não poderia ser mais adequado : “Pixuleko”. Os petistas deveriam reclamar com João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do partido.

Dito e feito. O protesto, pacífico, como sempre, acontecia na Avenida Paulista quando chegaram os milicianos do PT. Prontos para a briga. Prontos para o confronto. Prontos para resolver as coisas na base dos socos e dos chutes.

Quem sãos os responsáveis por isso? Muita geste. Mas citro os três principais Lula, Rui Falcão e Dilma Rousseff.

Lembremo-nos de que, na sexta-feira, alguém atacou o boneco com uma faca ou estilete. Imaginem a chance de uma tragédia acontecer num caso assim, em que o confronto se torna inevitável. Os manifestantes acusam pelo ato a estudante de direito da FMU Emmanuelle Thomazielo. Ela nega. Só não conseguiu explicar o que fazia lá no meio, ao lado do boneco.

Os três chefões petistas citados estão, na prática, incitando o confronto de rua quando tacham a liberdade de manifestação e a liberdade de expressão, garantidas pelo Artigo V da Constituição, de golpismo.  Mais de uma vez, Dilma associou um bomba caseira jogada em frente ao Instituto Lula a manifestantes de oposição. 


Ela já pertenceu a dois grupos terroristas. Conhece a lógica interna dessas coisas. Sabe muito bem que não interessa às oposições e àqueles que cobram a sua deposição que os petistas sejam vistos como vítimas. Quem jogou aquela bomba quer o PT na condição de agredido. Como nós vimos na Paulista neste domingo, o PT é o agressor.

Os petistas que resolveram invadir o protesto exigiam, ora vejam!, que o boneco fosse retirado de lá. É mesmo? Com que autoridade? Quantas foram as vezes, são ainda, em que petistas e esquerdistas fazem caricaturas de seus desafetos? Quantos foram os enterros simbólicos a que os “companheiros” submeteram adversários ao longo de sua trajetória? Em quantas ocasiões as imagens de políticos tucanos e de outros partidos foram associadas às piores práticas nas ruas? Quando é que seus adversários foram molestá-los?

O que quer Dilma? O que quer Lula? O que quer Rui Falcão? Sangue nas ruas? Pois não terão. Torço muito para que não tenham. Espero que os que se manifestam contra o governo e pedem o impeachment não abandonem jamais a luta pacífica. Será preciso muito cuidado para não ceder à provocação de profissionais do crime.

Atenção! As pessoas que se oferecem para esse tipo de enfrentamento não são os coxinhas vermelhos, não! É gente da viração. É gente treinada para enfrentar os outros no braço. São profissionais da arruaça.

Cardozo
José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça, resolveu dar pinta na Paulista neste domingo. Por mais desavisado que seja — consta que até sua sala foi invadida —, um dos homens mais bem-guardados do país certamente sabia que havia manifestação de protesto na Avenida. Se não tinha sido informado, então a coisa por lá anda pior do que parece.

Foi hostilizado e ouviu coisas como “Pega ladrão!”, “Fora PT” e “Fora Dilma”. Acabou conversando com manifestantes e, ao fim, parece que se esboçou a cordialidade possível. Na conversa, acabou dizendo que as manifestações são “absolutamente legítimas”, mesmo discordando da pauta, e que “democracia é divergência”. E acrescentou: “O que não pode é xingar, ofender pessoalmente, que foi o que alguns fizeram.”

É? Então por que ele também já se referiu à defesa do impeachment — que só acontecerá, se acontecer, dentro da lei — como golpe? Por que, na condição de petista e ministro da Justiça, não censura os truculentos do seu partido, que foram para a Avenida Paulista para puxar briga? E se a maioria antipetista decidisse interromper protestos da minoria petista ou de esquerda?

Já disse que não apoio, e reitero aqui, atos hostis a petistas nas ruas. Não acho que seja um bom caminho. É fácil manifestações dessa natureza acabarem fugindo ao controle. Agora é absolutamente inaceitável que o PT estimule seus milicianos a partir para a briga e que acabe assumindo publicamente a defesa de agressores.

O Brasil não e não será a Venezuela. Já está claro que nós não permitimos e não vamos permitir que isso aconteça.

Ah, sim: Cardozo mandou a Polícia Federal investigar o suposto atentado ao Instituto Lula. Deveria aproveitar e mandar apurar também quem anda a estimular confrontos de rua.
O momento em que os vermelhos chegam em busca de confusão. Não se deve fazer o que eles esperam (Voto: Vìctor La Regina/ Jovem Pan)
O momento em que os vermelhos chegam em busca de confusão. Não se deve fazer o que eles esperam (Foto: Vìctor La Regina/ Jovem Pan)

Por Reinaldo Azevedo

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