Blog Prontidão Total
Pressão é mais uma das irresponsabilidades dos petistas; que o vice não caia no truque!
O Planalto,
quem diria?, descobriu a súbita importância de Michel Temer,
vice-presidente da República e comandante do PMDB. Incrível, não? Em
agosto, sem condições de fazer o trabalho de coordenação política porque
sabotado por petistas, ele teve de deixar o cargo. A presidente
obedecia, então, às orientações estratégicas de Aloizio Mercadante…
Agora, ela está sob o cerco do lulismo.
O Planalto
quer constranger o vice a entrar de corpo e alma na luta contra o
impeachment, que é uma forma de tentar inviabilizá-lo como alternativa
de poder. Temer é um homem experiente. Espero que não caia no truque. Sim, ele tem
os deveres institucionais de lealdade — e não lhe cabem mesmo
saliências, apresentando-se, na seara política, como alternativa à
mandatária, mas, constitucionalista que é, sabe que tem de zelar por seu
papel institucional: se ela vier a ser apeada do poder pelo
impeachment, será ele o presidente da República.
E, por
óbvio, não cabe ao vice ignorar essa condição e colar-se à imagem da
presidente, como se graves responsabilidades não possam vir a lhe pesar
sobre os ombros. Ora, ora… Dilma teve tantas chances, antes, de manter
por perto o vice-presidente, não é? Mas preferiu o caminho contrário. Nesta
quinta, Temer afirmou um enigmático “espero que ao final deste processo,
o país saia pacificado”. É o que lhe cabe dizer. Não dá para ir muito
além disso. Paz, pra valer, sem grupos descontentes nas ruas, não
haverá. A questão é avaliar se aqueles que protestam estão com a maioria
ou com a minoria.
Presidente e
vice se encontraram nesta quinta. As versões de petistas e
peemedebistas não coincidem em nada — nem no tempo de duração da
reunião. O ministro Jaques Wagner (Secretaria de Governo), numa ousadia
que beira o absurdo, decidiu se comportar como porta-voz do
peemedebista. Disse: “Assim como nós, Temer não vê nenhum lastro para
esse processo de impeachment”. Até onde se sabe, o vice tem boca e pode
falar por conta própria o que quiser, quando quiser.
Espero que
Temer resista, seja prudente e não caia nessa conversa. Os dias que vêm
pela frente não serão fáceis. O descontentamento nas ruas é crescente, e
o próprio governo desenha cenários que podem degenerar em conflitos
sociais em razão da crise. O
vice-presidente certamente tem claro que deve se preservar como
alternativa de poder, em vez de se jogar de cabeça no poço sem fundo da
reputação petista.
A esta altura, é só uma questão de responsabilidade.
Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo
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