É a hora de deixar sangrar. De botar o impeachment na mesa do mais pobre
Natal dos brasileiros. Cristalizar a culpa de Dilma e do PT pela crise.
Desemprego teu nome é Dilma. Recessão teu nome é Dilma. Crise econômica
teu nome é Dilma. Dilma, impeachment é o teu lugar. Sem pressa, para
que todos os brasileiros e não só 80% queiram a saída desta doida
varrida da Presidência. A matéria é do Estadão.
Em reunião realizada nesta quinta-feira, 3, no Palácio do
Planalto com lideranças da base aliada da Câmara, o ministro-chefe da
Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, defendeu que o processo de
impeachment tenha um desfecho o mais breve possível no Congresso. Novas
reuniões para tratar da estratégia do governo estão previstas ocorrer ao
longo do dia.
A ideia, segundo
parlamentares presentes no primeiro encontro, é de atuar com celeridade
enquanto não há uma definição pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em
relação ao tema.
No Senado, o líder do PSDB, Cássio Cunha Lima (PB), defendeu o recesso legislativo
e acredita que o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff
será mais forte se tiver continuidade só depois das festividades de fim
de ano. "Mobilizar a sociedade nessa época do ano será uma tarefa um
tanto quanto difícil. Temos Natal, Ano Novo, férias escolares, janeiro
já emenda com o Carnaval, é difícil", argumentou.
As declarações são em resposta à tentativa
do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de cancelar o recesso
legislativo, que começa em 22 de dezembro. Cunha gostaria de dar
sequência ao processo de impeachment que ele mesmo autorizou na tarde de
ontem. Coincidentemente, acelerar o processo, também é de interesse do
Planalto, que acredita que o curto intervalo de tempo pode jogar à favor
da presidente.
O senador tucano fez um paralelo com o processo de impeachment
do ex-presidente Fernando Collor e acredita que é preciso mais pressão
da opinião pública para que o afastamento de Dilma Rousseff aconteça. "O
impeachment do Collor nasceu na rua e veio para o Congresso Nacional.
Agora o pedido nasce no Congresso e tem que ir para a rua. A sociedade
precisa se manifestar mais claramente, não apenas nas pesquisas de
opinião. Só vai ter impeachment se houver rua", afirmou.
Na tarde desta quinta, o
deputado federal Rubens Pereira Júnior (PC do B-MA) protocolou no STF o
primeiro mandado de segurança contra o pedido de impeachment da
presidente Dilma Rousseff. O recurso foi distribuído ao ministro Celso de Mello. A distribuição é feita por sorteio.
O argumento do deputado é que o presidente da Câmara, Eduardo
Cunha, deveria ter dado a oportunidade de Dilma apresentar defesa ao
Congresso antes de acolher o pedido de impedimento. "Ao fazê-lo sem
notificar previamente a presidente para que oferecesse resposta, (Cunha)
violou os princípios do devido processo legal, de ampla defesa e do
contraditório".
Segundo lideranças da base aliada da Câmara, na reunião
realizada com o ministro Ricardo Berzoini também ficou o entendimento de
que o governo vai monitorar e atuar diretamente na montagem da
Comissão, que será responsável pelo avaliação do processo de impedimento
da presidente.
No Senado, Cunha Lima acredita que o clima de impeachment
ainda está interiorizado no Congresso Nacional, o que é prejudicial para
que se concretiza. "Esse clima está muito voltado para o ambiente
político. E se deixar nas mãos da maioria dos políticos, ele vai ser
cozinhado em banho-maria e não vai levar à lugar nenhum", defendeu.
Nessa perspectiva, o recesso ajudaria a superar o período de Natal e dar
mais chances à oposição de mobilizar as ruas.
A opinião de Cunha Lima segue a mesma linha de Aécio Neves (PSDB-MG), que se posicionou à favor do recesso e da reaproximação dos parlamentares aos seus estados ainda na noite de ontem.
O senador conversou por telefone com o presidente do Senado, Renan
Calheiros (PMDB-AL), que também é favorável ao recesso. Por outro lado,
outro tucano, José Serra (SP), prefere que o processo siga o quanto
antes.
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