quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Ativista denuncia matança de cães em Hortolândia, SP

Por Gustavo Abdel
SP Hortolandia ativista matanca caesMárcia Campos com alguns dos cães que vivem no abrigo, em sua casa. (Foto: Dominique Torquato)
Dezessete cachorros do projeto Cão Feliz e Cia., de Hortolândia, foram mortos desde o dia 26 de dezembro com pedaços de carne recheados de veneno e grampos pontiagudos jogados no quintal da casa de Márcia Campos, de 43 anos, presidente do projeto. 


A protetora dos animais afirmou que, na madrugada de segunda-feira (25), seu veículo foi atingido por uma enxada, jogada, segundo ela, pela vizinha que ela considera a principal suspeita de ser autora das mortes. “Eu não consigo sair daqui para registrar um boletim de ocorrência com medo de que mais animais sejam mortos”, disse a ativista.


SP Hortolandia ativista matanca caes2
A casa fica no bairro São Sebastião. Em aproximadamente 300 metros de terreno, vivem mais de 60 cachorros. Ela reconhece que o local não é apropriado para os animais e pede ajuda através de campanhas para que o projeto se estabeleça em sede própria.


“Todos esses animais foram resgatados do Minha Casa Minha Vida, quando suas famílias os abandonaram. Esse é o quarto local para onde trago eles, e nos outros três endereços ocorreram extermínios através de fogo, tiros e pauladas”, disse Márcia.


No domingo, Márcia encontrou em seu quintal pedaços de salsicha recheados com grampos. Além disso, uma enxada teria sido arremessada pela vizinha do lado, que ela afirma já a ter ameaçado de morte. O vidro frontal do veículo que Márcia usa para transportar os cachorros e está no nome do projeto foi danificado. A presidente do projeto acusa o marido da vizinha, que, segundo, ela estava embriagado e teria jogado a enxada enquanto proferia xingamentos.


A vizinha negou qualquer tentativa de matar os animais e também que teria investido contra a presidente da associação e, quando questionada sobre outras acusações preferiu fica em silêncio. “Não tenho nada a declarar”, disse. Na vizinhança, todos se esquivam de qualquer comentário a respeito dos cachorros.


Segundo Márcia, todos os animais são castrados e nenhum possui qualquer parasita. Ela disse que são necessários 75 quilos de ração por dia para alimentar os cães e os custos para manter os animais são cobertos, em parte, por pessoas que “adotam” algum cachorro e mensalmente fazem depósitos nas contas do projeto.


Entretanto, Márcia apela para que as pessoas adotem e levem os animais para um lar, principalmente diante da atual situação.


“Temos aqui crimes de maus-tratos, dano ao patrimônio e ameaça de morte. Por isso, venho a público pedir ajuda para que a gente consiga tirar o abrigo e leva-lo para uma sede própria”, disse Márcia. “Preciso que alguém possa vir ficar com eles para que eu ir na delegacia. Não posso nem colocar o carro na rua, pois temo que ele seja danificado novamente”, acrescentou.


A intensa mobilização nas redes sociais sobre a série de mortes levou até a sede do abrigo pessoas que se dispuseram a ajudar com alimentos e outras necessidades.


Conselho municipal de proteção animal
A Prefeitura de Hortolândia, por meio do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), orienta Márcia Campos, responsável pelo projeto Cão Feliz e Cia., a registrar boletim de ocorrência por crime de maus-tratos contra animais. Além disso, a Administração informou que o Conselho Municipal de Proteção aos Animais será comunicado sobre a ocorrência.


 “O órgão é responsável por desenvolver, em conjunto com a Prefeitura, políticas públicas para defesa e bem-estar dos animais, como controle populacional e combate aos maus tratos”, declarou em nota.

Fonte: Correio Popular

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