Diário do Poder
'Aliança espúria'
Senador Ricardo Ferraço deixa o PMDB por manter aliança com Dilma e PT
Publicado: 15 de janeiro de 2016 às 13:14 - Atualizado às 22:20
Tiago de Vasconcelos
O senador Ricardo Ferraço é peemedebista desde 2009. Foto: Pedro França/Senado
Ferraço afirma que reiterou diversas vezes ao partido para que deixasse a aliança com o PT e com Dilma Rousseff, que classifica como a "aliança política responsável pela atual derrocada política, moral e econômica do Brasil".
O PMDB, no entanto, não deixou a aliança. Ricardo Ferraço não informou, no entanto, qual legenda pretende integrar a partir de agora. Leia abaixou a nota de Ferraço, na íntegra:
Informei esta manhã ao líder do PMDB no Senado, Eunício de Oliveira, e ao presidente regional do PMDB no Espírito Santo, deputado federal Lelo Coimbra, o meu desligamento do partido.
Tomei esta decisão a despeito de minha sintonia com a legenda no estado, liderada pelo governador Paulo Hartung, que, desde a sua última administração, vem realizando profundas e positivas mudanças das quais fui e sou parceiro, além de ser um exemplo de gestão pública e de práticas políticas.
Deixo bons amigos e companheiros no PMDB capixaba, com os quais tenho grande apreço e pretendo continuar tendo as mesmas respeitosas relações. A postura digna da legenda no estado se compara a das representações no Rio Grande do Sul, de Pedro Simon, em Pernambuco, de Jarbas Vasconcelos, e em Santa Catarina, do saudoso Luiz Henrique da Silveira, entre outras. A independência e a coragem foram e são as suas marcas.
Mas, infelizmente, a grande mudança que precisamos e devemos realizar no país não será feita pelos nossos estados, mas, sim, no plano nacional. Apelei reiteradas vezes ao PMDB que deixasse a aliança liderada pelo PT e pela presidente Dilma Rousseff na Presidência da República, em nome de suas grandes tradições, notadamente na luta pela redemocratização de nosso país.
Tenho defendido que o partido abandone o quanto antes essa aliança política responsável pela atual derrocada política, moral e econômica do Brasil, com graves consequências sociais. Ingenuamente, cheguei a acreditar que esse afastamento se daria, mas o que temos visto é a insistência na manutenção da aliança espúria, sem perspectivas de novos rumos.
É chegado o momento de buscarmos a união de forças para derrotar de vez esse projeto de poder que tanto mal faz ao nosso país e às futuras gerações.
Com os meus sinceros cumprimentos aos colegas do PMDB, particularmente os do Espírito Santo, continuarei lutando em outras trincheiras por dias melhores para todos, resgatando a honra na política, a justiça social e o desenvolvimento. Como disse o pensador Thiago de Mello, não tenho um caminho novo. O que eu tenho de novo é um jeito de caminhar.
Ao expor essa minha convicção, desejo sinceramente que o governador Hartung possa refletir sobre ela e tomar igual decisão de deixar o PMDB.
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