Flávio Costa
Do UOL, em São Paulo
Do UOL, em São Paulo
O grupo também invadiu a página "Intervenção Militar 2014", que tem mais de 40 mil seguidores, e é defensora da derrubada do governo Dilma, por meio de uma intervenção das Forças Armadas.
Com um logo de uma pessoa encapuzada com iniciais "BB", o grupo invadiu as páginas por volta das 14h de sexta-feira. "Eu recebi uma mensagem no celular do Facebook, dizendo que meu perfil tinha sido acessado por um computador em São Paulo", afirma a advogada Patrícia Mascarenha, 28. Ela é coordenadora do Vem para Rua no estado do Paraná.
A advogada trocou as senhas do seu perfil, mas a página do Vem para Rua Curitiba, que ela administrava, já tinha sido invadida. Os perfis dos outros administrados também foram removidos e as fotos alteradas. A página tem cerca de 4,6 mil seguidores.
"Atenção, o Grupo Juventude Combativa acaba de invadir esta página" e "A página é nossa, agora sem mais. Chamar a gente de vândalo é elogio!", lê-se nas mensagens publicadas desde o início da invasão, que continuava até às 18h deste domingo (31).
Há ainda publicações de textos favoráveis aos black blocs, grupos que apoiam a depredação de patrimônio público e privado em protestos de rua, e críticos a líderes das manifestações pró-impeachment.
O grupo afirma que vai divulgar "documentos que ligam os coordenadores do MBL (Movimento Brasil Livre) com partidos que estão envolvidos no golpe na democracia mas já sabemos quais são os coordenadores que vão se candidatar aos partidos golpistas".
Pretende ainda invadir outras páginas de movimentos pró-impeachment até o dia 13 de março, data das próximas passeatas a favor do impeachment.
Em outra mensagem, a
Juventude Combativa convoca: "extrema-esquerda/esquerda radical são
bem-vinda a está pagina (sic), nós somos a representação da "Juventude
Combativa da Esquerda" nós nunca iremos apoiar governos de direita. A
página do grupo esquerdista reúne 1.780 seguidores no Facebook.
Queixa na delegacia
"As mensagens tentam denegrir nosso movimento e atrapalhar a mobilização para os protestos do dia 13 de março contra esse desgoverno", afirma Patrícia Mascarenha. Ela prestou queixa na Delegacia de Crimes Virtuais de Curitiba. "Sinto-me insegura, pois passei a receber mensagens ameaçadoras da parte deste grupo de extrema esquerda. Eles dizem que estão armados virtual e fisicamente e que policiais participam do grupo deles".
Mascarenha acrescenta que várias denúncias foram feitas ao Facebook. "O Facebook afirma que foi feita uma análise e nenhum conteúdo impróprio foi detectado. O que é algo absurdo, houve um crime e nada foi feito. Isso mostra que a rede não oferece segurança aos seus usuários. Meu perfil foi invadido com muita facilidade", acrescenta a advogada.
De acordo com a assessoria de imprensa da coordenação nacional do Vem Para Rua, o grupo vai lançar em fevereiro um site na internet. A medida foi tomada, após o perfil coletivo do Vem para Rua e perfil individual do líder Rogério Chequer terem sido bloqueados por algumas horas, na véspera dos protestos contra o governo em dezembro, após o Facebook ter recebido denúncias de conteúdo impróprio.
O UOL não conseguiu entrar em contato com representantes da Juventude Combativa. A reportagem ligou para a assessoria de imprensa do Facebook, que diz está avaliando o caso.
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