quarta-feira, 30 de março de 2016

Relação cidade x natureza, parte I.

Artigo de Roberto Naime

Publicado em março 30, 2016 por


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[EcoDebate] SILVA et. al. (2015) discutem os problemas ambientais nas ultimas décadas, sob a dimensão da relação entre cidade e natureza. Estas discussões evidenciam a questão ambiental aliada ao contexto sociopolítico e econômico.

Os parques urbanos surgem no século XIX na Europa num cenário de crescente desordenamento migratório do campo para cidade, mecanização pesada nas cidades e problemas de poluição e saúde de um modo geral.

O parque urbano aparece ainda como espaço contendo área verde e de lazer, resultado de um amplo processo de produção e reprodução do espaço, com base em leis e normas do Estado para a efetivação de uma política pública ambiental.

É a partir da modernidade que diversos teóricos apontam para profundas transformações sociais que ocorrem nas cidades. Nessa seara conceitual de modernidade numa interface da cidade que se manifesta nos centros urbanos, através da industrialização e de uma reorganização dos movimentos sociais em sua base política e que desencadeiam em uma série de direitos.

Aponta-se que é na modernidade que ocorre a superação do sagrado para o profano, ocorre deixar de aceitar as explicações da divindade pelas ciências empíricas, há uma mudanças na organização social com a passagem do rural para o urbano.

Ao tratar de modernidade, inclui-se sobre a racionalização e Habermas, interpretando Max Weber aponta que racional significa o efeito do “processo de desencantamento ocorrido na Europa que, ao destruir as imagens religiosas do mundo, criou uma cultura profana”.

Habermas ao articular racionalidade e o projeto de modernidade aponta para a compreensão e possibilidade de emancipação humana, uma vez que o cotidiano absorve esta racionalização e “dissolvem-se também, formas de vida tradicionais”.

Características desse tempo de racionalização e de modernidade, é o que Hegel assevera como o moderno, que se dá com a descoberta do novo mundo. Cedro (2005) indica que as principais características do mundo moderno consistem no “Iluminismo, a reflexão da fé, a soberania do Estado, a Declaração Universal dos Direitos do Homem, conhecimento da natureza, o livre-arbítrio, as Grandes Guerras e sua manifestação com a perda da ilusão e ingenuidade”.

Por incrível que pareça tudo isto vai influenciar muito a relação entre o urbano necessário e a natureza a qual se pertence, acima de qualquer negação.

Se observarmos que nessas características ou eventos que ocorrem dessa passagem da Idade Média para a Contemporânea, com o projeto de racionalização e modernidade, isso leva a pensar em processos que ocorrem através das culturas, pois a uma apropriação ou uma troca de culturas e identidades, sendo que esta antiga cultura foi substituída por uma reflexiva.

Pois somente com esta cultura reflexiva e com o ingresso da racionalização é que se tornam possíveis acontecimentos neste século. É isto que vai determinar uma nova significação da natureza no urbano.

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