sexta-feira, 22 de abril de 2016

Peixe-boi reabilitado pelo Instituto Mamirauá é devolvido ao ambiente natural

Cassi era a caçula do  Centro de Reabilitação de Peixe-Boi Amazônico de Base Comunitária
terça-feira 23 de fevereiro de 2016 - 9:00 AM

Com informações de assessoria / portal@d24am.com

Na data da soltura, Cassi estava com 128kg e 1,86m, indicativos do bom desenvolvimento do filhote durante a reabilitação. Foto: Amanda Lelis/Instituto Mamirauá/Divulgação
Na última semana, o Instituto Mamirauá, unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, devolveu à natureza um peixe-boi que há dois anos estava aos cuidados da equipe no Centro de Reabilitação de Peixe-Boi Amazônico de Base Comunitária, o Centrinho. A soltura aconteceu em um lago na Reserva Amanã, município de Maraã (Am). Cassi era a caçula do Centrinho. Chegou em 2014, com aproximadamente oito meses, pesando 45Kg e medindo 1,25m. Na data da soltura, Cassi estava com 128kg e 1,86m, indicativos do bom desenvolvimento do filhote durante a reabilitação.



Miriam Marmontel, pesquisadora do Instituto Mamirauá, destaca que os animais ficam aos cuidados da equipe, que conta com veterinários, biólogos, educadores ambientais e técnicos, além dos comunitários que também participam e contribuem para os cuidados.


"Todos os animais que soltamos é porque passaram pelo processo de reabilitação e foram considerados aptos, baseado em tamanho, peso, comportamento e exames de saúde.

Aptos a serem soltos e consequentemente preparados para a vida em ambiente natural", reforçou.


De acordo com a pesquisadora, a região da soltura foi escolhida de forma a contribuir para a readaptação do animal em vida livre.  "O lago apresenta grande quantidade de alimento disponível (macrófitas aquáticas), muitas ressacas e recantos para o animal se esconder, e também a presença de outros peixes-boi (como atestado pelos comunitários), e é um lago protegido, de preservação, e a soltura teve a concordância da comunidade", disse.


Após a soltura, Cassi continua sendo acompanhada, por meio de radiotelemetria. Foi adaptado um cinto equipado com transmissor de sinais de rádio na cauda e a equipe do Instituto monitora o deslocamento do animal na região. "Cassi agora precisará se readaptar ao ambiente natural, explorar seu ambiente muito mais expandido, encontrar locais de abrigo e de alimentação. O monitoramento nos permite acompanhar remotamente estes deslocamentos e comportamentos, e avaliar sua readaptação", disse Miriam.


Miriam ressaltou que o monitoramento também é importante para acompanhar os movimentos do peixe-boi de acordo com a variação do nível da água. De acordo com a pesquisadora, a equipe verifica se o animal aprenderá a fazer a rota migratória que o levaria de volta a seu local de origem, se permanecerá no lago da soltura ou se buscará outro local para se estabilizar. "Cada animal é diferente, faz suas próprias escolhas, e algumas podem ser equivocadas e nesse caso teríamos que intervir", completou a pesquisadora.


Histórico
Esse foi o quarto evento de soltura de peixes-boi amazônicos reabilitados, realizado pelo Instituto Mamirauá. O último aconteceu em janeiro de 2015, quando seis peixes-boi foram devolvidos à natureza. Os animais também receberam cintos com radiotransmissores e continuam sendo monitorados.


Com a soltura da Cassi, um animal ainda permanece em reabilitação no Centrinho, um criatório conservacionista autorizado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama).

A ação conta com recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para o pagamento de bolsas.

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