Em seus 4,5 bilhões de anos, o planeta Terra já passou por cinco grandes episódios de extinção em massa de animais e plantas. O mais famoso desses eventos aconteceu há 66 milhões de anos, quando a queda de um asteroide matou 75% das espécies, incluindo os dinossauros. Já o mais letal foi há 252 milhões de anos, quando a maior sequência de erupções vulcânicas da história envenenou a atmosfera e o oceano e matou mais de 95% das espécies existentes. Agora, segundo um estudo publicado na Science Advances, há indícios de que o planeta está passando pela sexta grande extinção. E a culpa é da humanidade.
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Extinções sempre existiram. Espécies que não conseguem se adaptar ou a sobreviver em determinados ambientes ou climas acabam perecendo. É a seleção natural. O estudo, liderado pelos pesquisadores Gerardo Ceballos e Paul R. Ehrlich, estimou qual seria a taxa normal de extinção para mamíferos, pássaros, anfíbios e outros grupos de vertebrados, e comparou com as taxas de extinção atuais.
Por exemplo, a estimativa diz que, por seleção natural, era esperado que apenas uma espécie de réptil desaparecesse no último século. No entanto, nesses cem anos registramos 24 espécies extintas. Duas espécies de aves deveriam ter desaparecido pela seleção natural, mas já observamos o desaparecimento de 80. De mamíferos, deveríamos ter perdido apenas uma, mas 69 já desapareceram. A pior situação é a dos anfíbios: de 1,46 para 146.
Ou seja, cem vezes mais anfíbios desapareceram do que o esperado por causas naturais.
"Nossa análise mostra que a taxa atual de extinção ultrapassa, em muito, a média esperada, mesmo quando usamos cálculos conservadores. Podemos concluir, com confiança, que as taxas de extinção modernas são excepcionalmente altas, que elas estão aumentando, e que isso sugere que uma extinção em massa está em curso - a sexta desse tipo nos 4,5 bilhões de anos da história da Terra", diz o estudo.
Esse estudo se soma a outros, como um publicado no ano passado na Science, que estimou uma taxa de extinção ainda mais acelerada. A diferença da análise publicada nesta semana é que os pesquisadores usaram uma métrica mais conservadora, para tentar encontrar dados mais realistas e não correr o risco de superestimar o impacto humano no ambiente. Ainda assim, os números encontrados indicam uma grande extinção em curso, que rivaliza com a que acabou com os dinossauros.
Por causa dos resultados, os pesquisadores fazem um alerta. "Se as extinções continuarem nesse nível, a humanidade será em breve privada de muitos benefícios da biodiversidade".
Para evitar esse cenário, eles sugerem políticas para evitar a destruição de habitats e a superexploração econômica do meio ambiente, e defendem combater os impactos das mudanças climáticas.
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