Do total, aproximadamente metade (275.716) foi solta (48,5%) e 81.633 (14,4%) foram destinados a criadouros científicos e particulares por não terem condições de retornar à natureza.
Dos animais que chegaram aos Cetas, 79% eram aves apreendidas em operações de fiscalização do Ibama e da Polícia Militar Ambiental.
“Os Cetas são aliados importantes na repressão ao tráfico, pois fornecem informações a respeito dos animais silvestres apreendidos ou entregues voluntariamente. À medida que foram se estabelecendo também se tornaram essenciais para atender animais recolhidos em ambientes urbanos”, disse a coordenadora de Geração de Conhecimento dos Recursos Faunísticos e Pesqueiros, Maria Izabel Gomes.
Quando chega ao Cetas, o animal passa por uma avaliação para detectar ferimentos e doenças. O tratamento deve ser concluído no menor tempo possível para evitar a perda do comportamento selvagem.
A destinação, que só acontece após avaliação clínica, física e comportamental, pode ser a soltura na natureza em caráter experimental (para revigoramento ou reintrodução), a entrega a criadouros ou a utilização em pesquisa, educação e treinamento.
Em 2014, foram recebidos 577 animais de 53 espécies ameaçadas de extinção nos Cetas.
As mais comuns foram as aves: pichochó (Sporophila frontalis, n=92), chauá (Amazona rhodocorytha, n=57) e bicudo (Sporophila maximiliani, n=57). A espécie de réptil ameaçada mais recebida foi a tartaruga verde (Chelonia mydas, n=19) e a de mamíferos foi o tamanduá bandeira (Myrmecophaga tridactyla, n= 58).
Entre as espécies com o maior número de indivíduos soltos em 2014, destacam-se os passeriformens: 3.323 canários da terra (Sicalis flaveola), 1.475 coleiros baianos (Sporophila nigricollis) e 1.100 cardeais (Paroaria dominicana). Entre os mamíferos, a espécie solta com maior frequência foi a preguiça (Bradypus variegatus, com 113 indivíduos) e entre os répteis, a jiboia (Boa constrictor, com 643).
“Em 2015, apreendemos 20.238 animais vivos. Grande parte seria destinada ao mercado interno, para servir de pet (bicho de estimação) ou ornamentação”, disse o Coordenador de Operações de Fiscalização do Ibama, Roberto Cabral. Segundo ele, o tráfico internacional tem preferência por espécies raras ou ameaçadas de extinção.
“As pesquisas científicas realizadas em animais recebidos nos Cetas contribuem para ampliar o conhecimento sobre a saúde dessas espécies e seu manejo. Esse trabalho é feito em parceria com universidades e outras instituições”, disse a analista ambiental da Coordenação de Fauna Silvestre Graziele Batista. No Cetas de Juiz de Fora, é realizada uma pesquisa sobre o índice de recuperação e perda de animais. Em Belo Horizonte, há estudos sobre enriquecimento comportamental em cativeiro, treinamento para a soltura e monitoramento do animal após o retorno à natureza.
Os espaços que recebem animais apreendidos começaram a ser construídos no início da década de 1970. Posteriormente, o Projeto Cetas Brasil chamou a atenção para a necessidade de implantação, reforma e ampliação dos Centros de Triagem. Os Cetas oferecem estrutura adequada para a triagem, manutenção, recuperação e destinação de animais silvestres. Atualmente, há 24 Cetas do Ibama em funcionamento no país.
Assessoria de Comunicação do Ibama
imprensa@ibama.gov.br
(61) 3316-1015
Fotos: Ibama
Nenhum comentário:
Postar um comentário