segunda-feira, 7 de agosto de 2017
The University of North Carolina at Chapel Hill*
Um novo estudo da Universidade da Carolina do Norte, em Chapel Hill,
estima que a mudança climática futura, se não for atendida, deverá
causar cerca de 60.000 mortes no mundo em 2030 e 260.000 mortes em 2100
devido ao efeito das alterações climáticas sobre a poluição atmosférica
global.
O estudo, que aparece na edição de 31 de julho da Nature Climate Change,
acrescenta a evidências crescentes de que os efeitos globais sobre a
saúde de um clima em mudança provavelmente serão esmagadoramente
negativos. É também o estudo mais abrangente sobre como as mudanças
climáticas afetarão a saúde através da poluição do ar, uma vez que
utiliza os resultados de vários dos principais grupos de modelagem de
mudanças climáticas do mundo.
“À medida que a mudança climática afeta as concentrações de poluentes do
ar, isso pode ter um impacto significativo na saúde em todo o mundo,
aumentando os milhões de pessoas que morrem pela poluição do ar a cada
ano”, disse Jason West, que liderou a pesquisa na UNC-Chapel Hill com
ex-graduado Aluna e primeira autora Raquel Silva.
As temperaturas mais quentes aceleram as reações químicas que criam
poluentes do ar, como o ozônio e partículas finas, que afetam a saúde
pública. Locais que ficam mais secos também podem ter pior poluição do
ar por causa da menor remoção pela chuva, do aumento dos incêndios e do
pó soprado pelo vento.
West e Silva usaram um conjunto de modelos climáticos globais, para
determinar o número de óbitos prematuros que ocorreriam devido a ozônio e
partículas em 2030 e 2100. Para cada modelo, a equipe avaliou as
mudanças projetadas na poluição do ar ao nível do solo que poderiam ser
atribuídas a futuras mudanças climáticas. Eles então superaram essas
mudanças espacialmente na população global, representando o crescimento
da população e as mudanças esperadas na suscetibilidade à poluição do
ar.
Em conjunto, West e Silva descobriram que as mudanças climáticas deverão
aumentar as mortes relacionadas com a poluição do ar globalmente e em
todas as regiões do mundo, com exceção da África. Especificamente, cinco
em oito modelos previram que haverá mais mortes prematuras em 2030 e
sete dos nove modelos em 2100.
“Nossa descoberta de que a maioria dos modelos mostra um aumento
provável nas mortes é o sinal mais claro ainda que a mudança climática
prejudicará a qualidade do ar e a saúde”, disse West, professor
associado de ciências ambientais e engenharia da UNC Gillings School of
Global Public Health. “Nós também colaboramos com alguns dos principais
grupos mundiais de modelagem climática nos Estados Unidos, Reino Unido,
França, Japão e Nova Zelândia, tornando este estudo o mais completo
ainda sobre a questão”.
Além de exacerbar as mortes relacionadas com a poluição do ar, as
mudanças climáticas deverão afetar a saúde através de mudanças no
estresse por calor, acesso a água potável e alimentos, tempestades
severas e propagação de doenças infecciosas.
Referência:
Future global mortality from changes in air pollution attributable to climate change
Raquel A. Silva, J. Jason West, Jean-François Lamarque, Drew T.
Shindell, William J. Collins, Greg Faluvegi, Gerd A. Folberth, arry W.
Horowitz, atsuya Nagashima, Vaishali Naik, Steven T. Rumbold, Kengo
Sudo, Toshihiko Takemura, Daniel Bergmann, Philip Cameron-Smith, Ruth M.
Doherty, Beatrice Josse, Ian A. MacKenzie, David S. Stevenson &
Guang Zeng
Nature Climate Change (2017) doi:10.1038/nclimate3354
https://www.nature.com/nclimate/journal/vaop/ncurrent/full/nclimate3354.html
* Tradução e edição de Henrique Cortez
Fonte: EcoDebate
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