Foram catalogadas: 216 novas espécies de plantas; 93 de peixes; 32 de anfíbios; 19 de répteis; uma ave; 18 mamíferos; e dois mamíferos fósseis.
Por Monique Oliveira, G1
Relatório do Fundo Mundial para a Natureza (WWF) divulgado nesta
quarta-feira (30) em São Paulo apresenta um compilado de 381 novas
espécies de plantas e de animais vertebrados da floresta Amazônica. Os
dados foram coletados entre os anos de 2014 e 2015 em bases de dados de
revistas científicas.
Foram catalogadas: 216 novas espécies de plantas; 93 de peixes; 32 de
anfíbios; 19 de répteis; uma ave; 18 mamíferos; e dois mamíferos
fósseis. Os números indicam que por volta de uma nova espécie de ser
vivo foi descoberta na Amazônia a cada dois dias.
"A Amazônia tem muitas lacunas de conhecimento. É uma área de difícil
acesso em que muitas pessoas não conseguem chegar. Existem muitas
espécies para serem descobertas ", diz Fernanda Paim, pesquisadora do
Instituto Mamirauá, que fez o estudo em parceria com a WWF.
Como metodologia, a WWF fez uma revisão de bibliografia científica para
inclusão apenas das novas espécies de vertebrados e plantas descritas
em periódicos científicos e submetidas à revisão dos pares. Muitas das
descobertas também são feitas com a colaboração da população local. Os
"cientistas cidadãos", como chamou a ONG, contribuíram muito para a
coleta de informações.
Segundo estudo de 2005 citado pela WWF, atualmente há entre 1,7 e 1,8
milhão de espécies no mundo -- dentre essas, 80% ainda não teria sido
mapeada. Ainda, os cientistas precisam correr contra o tempo: 0,1% das
espécies do planeta desaparecem todos os anos.
As descobertas reforçam a importância da preservação da biodiversidade
local. A floresta já representa a maior biodiversidade em uma floresta
tropical do planeta.
Amazônia e exploração mineral
Para Ricardo Mello, coordenador do Programa Amazônia do WWF-Brasil, o
estudo embasa como é importante pensar no desenvolvimento sustentável da
Amazônia -- principalmente no momento em que está em jogo uma grande
discussão sobre a liberação de parte da área para a mineração.
"Não somos contra um desenvolvimento sustentável, mas isso precisa ser debatido com a sociedade e a comunidade científica", avalia Mello.
Os pesquisadores citam que quatro espécies de peixe descobertas no
período do estudo estão em áreas na Amazônia que podem ser liberadas
para a mineração.
Segundo a ONG, apesar do relatório indicar um crescimento na taxa de
descoberta de novas espécies, não dá para dizer que os problemas
ambientais na região estão resolvidos.
Veja algumas das espécies encontradas:
Pássaro Poiaeiro-de-Chico Mendes- registrado pela primeira vez em 2009, no sul do Amazonas
lanta Guatteria amapaenses - descoberta no Amapá na rodovia ‘Perimetral Norte’. Sem coordenadas.
Planta Heteropsis reticulata - descoberta no Acre, no município de Cruzeiro do Sul.
Mamíferos
Inia araguaiaensis - Essa
nova espécie de boto só foi descrita recentemente, em 2014, graças à
análise de carcaças encontradas em um lago da bacia do rio Araguaia.
Macaco zogue-zogue-rabo-de-fogo - Plecturocebus miltoni - Descoberto
em dezembro de 2010, no noroeste do Mato Grosso, a publicação do artigo
científico foi concluída em 2014. O nome "rabo de fogo" é inspirado na
sua longa cauda avermelhada. Já a alcunha científica foi dada em
homenagem ao cientista Milton Thiago de Mello, em reconhecimento a sua
contribuição à primatologia.
Anfíbios
Pristimantis jamescameroni - Perereca de cor laranja, foi encontrada na venezuela.
Pristimantis imthurni - "Reluzente como ouro esse sapo foi descoberto em 2014 na região dos tepuis venezuelanos.
Tepuihyla obscura -
Descrito em 2015 para a região do Pantepui, nos tepuis venezuelanos.
Esta rã é de hábito noturno. Durante o dia é fácil encontrá-la nas
bromélias.
Microcaecilia marvaleewakeae - é
uma nova espécie de cobra-cega descrita em 2013 no Brasil. Esta espécie
foi nomeada em homenagem ao professor Marvalee H. Wake, do Departamento
de Biologia Integrativa da Universidade da Califórnia, Berkeley.
Scinax villasboasi - A
espécie de perereca foi descrita em 2014 na Serra do Cachimbo, extremo
leste da Floresta Amazônica, estado brasileiro do Pará, em um fragmento
de área aberta em meio à floresta
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