quarta-feira, 30 de agosto de 2017

ONGs fazem protesto na Câmara contra decreto de extinção da Renca


Governo quer extinguir a reserva, na divisa do Pará com o Amapá, para implementar exploração mineral. Decisão vem causando críticas de entidades ligadas ao meio-ambiente.

Por Alessandra Modzeleski, G1, Brasília
ONGs entregaram mudas de ipês para parlamentares na Câmara (Foto: Alessandra Modzeleski/G1) ONGs entregaram mudas de ipês para parlamentares na Câmara (Foto: Alessandra Modzeleski/G1)
  ONGs entregaram mudas de ipês para parlamentares na Câmara (Foto: Alessandra Modzeleski/G1) 

 
Diversas Organizações Não-Governamentais (ONGs) ligadas ao meio-ambiente fizeram um protesto nesta quarta-feira (30), na Câmara dos Deputados, contra o decreto do governo federal que extingue a Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca). 


Inicialmente publicado na semana passada e depois reeditado nesta semana, o decreto libera parte da área da reserva para a exploração mineral. A região, segundo técnicos do governo, tem potencial de extração de ouro e outros minerais, como ferro, manganês e tântalo. 


A decisão do governo vem gerando nos últimos dias forte reação de ONGs, ambientalistas e celebridades, que pedem a manutenção da reserva e a proibição de atividade mineradora na área. A Renca tem mais de 4 milhões de hectares, aproximadamente o tamanho da Dinamarca. O governo alega que a extinção da reserva não torna irrestrita a exploração mineral na área. 


No protesto na Câmara, estavam presentes ONGs como o Greenpeace, a WWF-Brasil, a SOS Mata Atlântica e a Avaaz. Os ambientalistas distribuíram mudas de ipês para deputados e levantaram cartazes com palavras de ordem contra a extinção da Renca. 


"Abrir a Renca significa contaminar os peixes, a água, contaminar os indígenas. Viemos pedir o que o governo recue dessa decisão e recue da decisão de continuar com os ataques a política do meio ambiente", disse Michel Souza, representate da WWF-Brasil. 


Também presente ao protesto, a ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse que o decreto do governo é um "tiro de misericórida" na causa ambiental. 


"O que está por trás de tudo isso é falta de visão, é falta de compromisso com o patrimônio público nacional. Do mesmo jeito que não tem visão estratégica dos rumos do país, também não tem visão estratégica com o uso dos recursos naturais do país", disse a ex-ministra em crítica ao governo Temer.
A atriz Maria Paula, que foi ao ato representando a entidade Uma Gota no Oceano, disse que a Amazônia é o "grande patrimônio" do país e a sociedade tem que "ficar de olho". 


"Estou representando a classe artistista e defendo que nada mais importante do que preservar a Amazônia porque esse é o nosso grande patrimônio e a gente não pode dar mole, não. Vamos ficar de olho", afirmou a atriz.
Protesto na Câmara fez um grito pela preservação da Amazônia
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