Imobiliária põe Ilha das Couves à venda por R$ 31 milhões e será notificada pela União
Por Alceu Luís Castilho e Igor Carvalho


A lista de atrativos continua: uma base aterrada para a construção de um píer. “Milhares de plantas exóticas como palmitos Jussara e vários animais silvestres bem protegidos”, informa a imobiliária. A Riccio Imóveis oferece uma dica adicional aos eventuais interessados: “Local excelente para construção de um resort, hotéis 5 estrelas”.
SPU: “PROPRIEDADE É DA UNIÃO”
Com 68,7 hectares, a Ilha das Couves está sob jurisdição da Secretaria do Patrimônio da União (SPU), órgão vinculado ao Ministério do Planejamento. Informada pelo De Olho nos Ruralistas sobre a venda, a SPU enviou uma nota oficial condenando o anúncio de venda do território:– A ilha é de propriedade da União e, portanto, não pode ser comercializada. A empresa responsável pelo anúncio será notificada hoje pela Superintendência do Patrimônio da União em São Paulo.
O anúncio no Mercado Livre – identificado há mais de um mês pelo observatório – é idêntico ao disponível no site da Riccio Imóveis. “Toda documentação em ordem com escritura”, informa a imobiliária. Os corretores informam ainda que estudam a possibilidade de aceitar até 20 % do valor – cerca de R$ 6 milhões, portanto – em imóveis localizados no estado de São Paulo.
Um corretor da Riccio informa aos interessados detalhes sobre a venda e oferece uma visita ao local. Ela pode ser feita de helicóptero, com a companhia do “proprietário”. Ele é identificado apenas como “um holandês”.
O Brasil não tem prevista a compra de terras por estrangeiros, um tema em discussão no Congresso.
ILHA É DESTINO DE MERGULHADORES
A Ilha das Couves possui uma vegetação típica da Mata Atlântica, com grande variedade de fauna e flora. Turistas são atraídos ao local pela beleza e pelas boas condições para a prática de mergulho. A atividade é oferecida em dezenas de empresas turísticas em Ubatuba, um dos pontos de partida para se chegar à ilha, a partir da Vila de Picinguaba e da Praia do Estaleiro.A definição do lugar como um paraíso – além de muito comum entre quem lá esteve – foi dada também pelo Ministério do Turismo, em abril, no perfil da pasta no Instagram.

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