quinta-feira, 19 de julho de 2018
Parque flutuante é feito com lixo plástico coletado de rio na Holanda
Os resíduos usados no projeto Recycled Park foram captados no rio Meuse,
que nasce na França, passa pela Bélgica e Países Baixos, e vai em
direção ao mar do Norte.
Depois de quase cinco anos de projeto, recuperação de plásticos,
reciclagem, angariação de fundos e colaboração intensiva, foi inaugurado
o primeiro parque flutuante de plástico reciclado. O protótipo foi
instalado no porto de Roterdã, o maior porto marítimo da Europa na
segunda maior cidade holandesa.
Com 140m2, o chamado “Recycled Park” comprova o potencial dos materiais
descartados. No caso deste projeto, coube a fundação Recycled Island
recolher os plásticos, durante um ano e meio, instalando “armadilhas”
nos rios poluídos (que poderiam parar no mar).
A organização ambiental afirma que a tecnologia consegue capturar o
lixos mesmo com tráfego de navios, mudanças de vento ou maré. E melhor
ainda, pode ser implementada em qualquer lugar do mundo: portos, rios e
fozes dos rios.
“Quando recuperamos os plásticos diretamente em nossas cidades e portos,
evitamos ativamente o crescimento adicional da “sopa de plástico” em
nossos mares e oceanos. Roterdã pode servir de exemplo para as cidades
portuárias em todos os lugares do mundo. A construção dos blocos de
construção em plástico reciclado é um passo importante em direção a um
rio livre de lixo”, afirma o arquiteto Ramon Knoester, fundador da
Fundação Recycled Island.
Antes chegar ao mar
Uma pesquisa encomendada pelo Ministério Holandês de Infraestrutura e
Meio Ambiente afirmou que mais de mil metros cúbicos de resíduos
plásticos são transportados todos os anos pelo Rio Meuse e pelo Mar do
Norte. Os plásticos são provenientes de aterros, agricultura, esgoto e
navegação interna e chegam ao mar pelo despejo, lixo e escoamento
Os resíduos usados nesse projeto foram captados no rio Meuse (rio Mosa),
que nasce na França, passa pela Bélgica e Países Baixos, e vai em
direção ao mar do Norte. A ideia é justamente impedir que tais
componentes cheguem ao mar, onde o problema ganha dimensões
incontroláveis.
Para criar as plataformas, o plástico coletado foi para a Universidade
de Wageningen (na Holanda), que lidera a pesquisa sobre técnicas
eficazes de reciclagem. E outras universidades holandesas, incluindo TU
Delft e Universidade de Roterdã, ajudaram a desenvolver os blocos
hexagonais interligados, que posteriormente foram ancorados no piso do
porto holandês.
Além de contribuir para a redução do lixo aquático, as estruturas também
ajudam as plantas a se desenvolverem. Acima e abaixo das plataformas a
vegetação pode tomar conta e criar um ecossistema sadio -, inclusive com
espécies marinhas. Isso é favorecido pela forma dos blocos de
construção em forma de hexágono, onde pássaros, peixes e microorganismos
podem encontrar alimento, terreno fértil e abrigo. O espaço é um abrigo
ideal para pequenos bichos que podem se desenvolver ali antes de entrar
nas águas mais profundas.
Fonte: Ciclo Vivo
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