Festival muçulmano assassina cabras, touros e búfalos em ritual
O evento consiste em sacrificar um animal macho para homenagear a disposição do Profeta Abraão de sacrificar seu próprio filho diante de Deus.
28/08/2018 às 06:30
Por Julia Cortezia, ANDA
A celebração é realizada em todo décimo dia do mês final do calendário islâmico, que neste ano, caiu em 23 de agosto. O evento consiste em sacrificar um animal macho para homenagear a disposição do Profeta Abraão de sacrificar seu próprio filho diante de Deus.
Em oposição, grupos hindus do país exigiram que a morte desses animais não fosse parte do processo pois afetam a religiosidade hindu. Grupos como Vishwa Hindu Parishad (VHP) e Bajrang Dal pediram ao governo que tomassem medidas contra os muçulmanos que matam cabras, touros, búfalos e outros animais no evento.
Muçulmanos em outros países matam principalmente ovelhas, cabras, camelos ou touros para o Eid. Como a maioria dos estados indianos tem leis contra a morte de touros e vacas que são sagradas para os hindus, a maioria dos muçulmanos indianos mata cabras ou búfalos.
Entretanto, os líderes hindus suspeitam que os muçulmanos em algumas áreas matam touros para se banquetearem. “Os muçulmanos devem celebrar sua festa sem carne ou de forma não-violenta. Se alguém violar a ordem, o governo precisa tomar medidas severas contra eles”, disse Vilas Nayak, líder do VHP, em uma entrevista coletiva na semana passada.
Raja Singh, um líder hindu em Telangana, advertiu que se o governo do estado não conseguisse impedir o massacre de touros sobre o Eid, haveria uma chance de violência. “Se você não colocar postos de checagem fora da cidade e realizar batidas na cidade velha, há uma chance de 200 por cento de linchamentos e violência”, disse ele.
Rashid Ahmad, ativista dos direitos humanos que mora no estado de Bengala Ocidental, disse que os indianos muçulmanos e hindus vivem em harmonia há séculos e acusaram alguns grupos de usar festivais religiosos “para marcar pontos políticos”.
“O que esses grupos marginais querem provar, levantando a bandeira da proteção das vacas? Que o festival Eid tem apenas alguns anos de existência na Índia e nunca foi celebrado no país antes?”, ele questiona.
Ele acredita que os grupos hindus que vão contra o festival têm interesses políticos. Tudo isso seria para ganhar votos para o Partido pró-hindu Bharatiya Janata nas eleições nacionais e estaduais que devem começar no próximo ano.
“As pessoas deste país estão bem cientes de tais táticas agora e não permitiriam que elas obtivessem sucesso de qualquer forma”, disse Ahmed.
Mesmo que os rituais façam parte da cultura de um povo, é errado ferir o direito de qualquer ser vivo. A existência de pessoas de dentro da religião que são contra tais rituais mostra que essa maneira de festejar é arcaica. E isso é só mais um exemplo de que muitas vidas são perdidas à custo da vontade e do egoísmo humano.
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