Facilitadores sociais
Estudo recente indica que os cães promovem comportamentos amigáveis e prestativos e estimulam as interações sociais
Liderada pelo professor de psicologia Stephen Colarelli, uma equipe da Central Michigan University (EUA) distribuiu a pequenos grupos de pessoas algumas tarefas a serem executadas com – ou sem – um cão de companhia (aquele mais dependente do dono) na sala. No primeiro experimento, os grupos criaram um anúncio de 15 segundos e um slogan para uma campanha publicitária fictícia, um trabalho no qual se exige cooperação.
Cooperação maior
Os grupos que tinham um cão na sala sempre manifestaram mais sinais verbais e físicos de proximidade do que os demais. Eles também exibiram mais sinais de cooperação durante a primeira tarefa. Os relatos dos membros dos grupos a respeito da segunda tarefa indicam que eles sentiram mais confiança uns nos outros se um cachorro estava no local. Esses dados reforçam a ideia de que existe uma relação entre a presença de um cão no ambiente e o incremento de um comportamento amável e prestativo em grupos, observa Colarelli: “Quando as pessoas trabalham em equipe, a presença de um cão parece agir como um lubrificante social. Os cães parecem ser benéficos para as interações sociais das equipes”.Uma explicação para isso poderia ser o efeito positivo dos cães sobre o bem-estar dos humanos, e para verificá-la os pesquisadores prepararam vídeos editados dos grupos na primeira tarefa, com 40 segundos de duração, nos quais se retiraram o áudio e as evidências de que havia um cão na sala. A seguir, os pesquisadores solicitaram aos avaliadores independentes que observassem, nesse material, quantas vezes apareciam indicações de emoções positivas (por exemplo, entusiasmo, energia e atenção). Os avaliadores confirmaram que havia muito mais demonstrações de bons sentimentos nos grupos com cachorros do que naqueles em que esses animais estavam ausentes.
Influência saudável
Não houve evidências de que a presença de cães significasse uma melhora no desempenho dos grupos durante os experimentos, mas Colarelli considera que os benefícios sociais e emocionais observados podem ter uma influência saudável nesse sentido com o passar do tempo. “Se, numa situação em que as pessoas estão trabalhando juntas por um longo período, a qualidade de relacionamento dessa equipe – se eles falam juntos, têm relacionamento, atuam de maneira cooperativa, ajudam uns aos outros – pode influenciar o resultado da equipe, então eu suspeito que um cão teria um impacto positivo”, afirma.Colarelli adverte que não se pode interpretar essas evidências como um passe livre para a presença de cães em locais de trabalho, por exemplo. Muitas pessoas são alérgicas aos pelos dos animais; outras simplesmente não gostam deles. Tudo isso teria de ser cuidadosamente avaliado, observa o psicólogo americano. Mas as informações prévias já reunidas nesse sentido estimulam novas pesquisas, que vão delineando cada vez mais claramente a influência positiva dos animais de estimação.
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