Preocupação aumenta, e interdições também
Quantidade de edificações interditadas cresceu 202% em 2013. População denuncia mais
Carla Rodrigues
carla.rodrigues@jornaldebrasilia.com.br
Desabamentos, desmoronamentos e explosões, ainda que ocorram em cidades distantes do Distrito Federal, causam receio entre a população local.
O resultado é o aumento da procura pela Secretaria de Defesa Civil. De 2012 para 2013, o índice de ocorrências registradas na pasta aumentou aproximadamente 42%, saltando de 784 para 1111.
Com o aumento da demanda, a quantidade de interdições cresceu 202,7%, passando de 37, em 2012, para 112 no ano passado.
Para ele, a Defesa Civil funciona da mesma forma que a Segurança.
“Assim como acontece com a violência, que choca e faz as pessoas
tentarem se proteger daquilo, desabamentos e incêndios também causam um
estado de alerta. As pessoas estão mais atentas, porque se aconteceu no
Rio Grande do Sul ou em São Paulo, por exemplo, pode acontecer aqui
também”, analisa Bezerra. Além do número de interdições, as notificações
também tiveram aumento de 15,6%, saindo de 421 para 487.
Apesar do salto nos números, que evidenciam mais consciência e preocupação entre os brasilienses, o subsecretário é cauteloso e destaca: “Ainda não há motivo para se comemorar”. Para Bezerra, o ideal é pensar em soluções para “uma cidade que está envelhecendo”. E, aponta, “isso se faz com manutenção e fiscalização”.
“O que a gente percebe nos últimos anos é que a necessidade de prevenção está crescendo. Existem construções com mais de 50 anos que nunca passaram por uma revisão, por manutenção, e isso é muito irresponsável”, observa o subsecretário.
De acordo com moradores da Chácara Santa Luzia, a água oferecida a eles vem de uma rede clandestina e só é possível consegui-la por meio de uma mangueira na entrada da comunidade. “E a gente nem sabe de onde vem essa água. Para evitar doenças, nós fervemos. Mas é muito difícil viver assim. Luz é só com gato. A CEB não faz a instalação e a gente já pediu. A gente paga se for preciso. Todo mundo aqui é trabalhador”, diz o catador de lixo Fernando Sousa, 26 anos. Ele e a família vivem em um barraco de compensado, entre a lama e a grama alta.
carla.rodrigues@jornaldebrasilia.com.br
Desabamentos, desmoronamentos e explosões, ainda que ocorram em cidades distantes do Distrito Federal, causam receio entre a população local.
O resultado é o aumento da procura pela Secretaria de Defesa Civil. De 2012 para 2013, o índice de ocorrências registradas na pasta aumentou aproximadamente 42%, saltando de 784 para 1111.
Com o aumento da demanda, a quantidade de interdições cresceu 202,7%, passando de 37, em 2012, para 112 no ano passado.
“Preocupada com as recorrentes cenas de desabamentos, incêndios e
outros desastres na região, a população está denunciando mais”, afirma o
subsecretário de Operações da secretaria, coronel Sérgio Bezerra .
Apesar do salto nos números, que evidenciam mais consciência e preocupação entre os brasilienses, o subsecretário é cauteloso e destaca: “Ainda não há motivo para se comemorar”. Para Bezerra, o ideal é pensar em soluções para “uma cidade que está envelhecendo”. E, aponta, “isso se faz com manutenção e fiscalização”.
“O que a gente percebe nos últimos anos é que a necessidade de prevenção está crescendo. Existem construções com mais de 50 anos que nunca passaram por uma revisão, por manutenção, e isso é muito irresponsável”, observa o subsecretário.
Manutenção mais que necessária
E manutenção parece ser mesmo a palavra de ordem necessária na
capital. Assim como Bezerra, o especialista em urbanismo Dickran
Berberian acredita que construções antigas, que não passam por processos
contínuos de revisão, se tornam ameaças para a sociedade. “Em relação
à manutenção dos prédios e outras construções, há um claro desleixo. É
como se você tivesse uma saúde muito boa até os cem anos, sem fazer
checape nem nada. Uma hora a coisa vai desandar e você poderia ter
evitado”, constata o estudioso.
SEM PLANEJAMENTO
Além das edificações antigas, basta uma rápida passagem pelas
cidades do DF para constatar o crescimento desordenado. Pelo menos 15
delas possuem áreas de risco, de acordo com mapeamento da Defesa Civil.
Um exemplo é a Chácara Santa Luzia, próxima ao Lixão da Estrutural, que
concentra cerca de 300 famílias. Lá, não há rede de esgoto nem de
energia elétrica. Tudo funciona à base de gambiarras. A equipe do Jornal
de Brasília flagrou um morador do local fazendo uma ligação
clandestina de luz. Sem nenhum preparo ou proteção, o homem fazia o
procedimento tranquilamente.
Alerta nem sempre basta
De acordo com moradores da Chácara Santa Luzia, a água oferecida a eles vem de uma rede clandestina e só é possível consegui-la por meio de uma mangueira na entrada da comunidade. “E a gente nem sabe de onde vem essa água. Para evitar doenças, nós fervemos. Mas é muito difícil viver assim. Luz é só com gato. A CEB não faz a instalação e a gente já pediu. A gente paga se for preciso. Todo mundo aqui é trabalhador”, diz o catador de lixo Fernando Sousa, 26 anos. Ele e a família vivem em um barraco de compensado, entre a lama e a grama alta.
“O governo já veio aqui algumas vezes nos avisar dos riscos, mas a
gente tem que ter para onde ir. Imagina sair daqui e ir para debaixo da
ponte. Ninguém quer isso”, exclama o jovem. Pai de três filhos e com
uma menina a caminho, ele mostra vontade de sair dali. “Queria fazer
minha inscrição para ganhar uma casa também. Mas tem que pagar R$ 2 mil
para conseguir. Eu não tenho esse dinheiro”, conta. Sua mulher, Tamires
Sousa, 22 anos, porém, parece conformada com a realidade. “Não tenho
medo de viver aqui. Não penso nas coisas ruins que podem acontecer. É a
casa que eu tenho”, afirma.
Em Ceilândia, o cenário do Setor Pôr do Sol não é muito diferente.
Moradores se arriscam vivendo à beira de erosões. Muitos foram
notificados pela Defesa Civil. “Veio um pessoal avisar que é perigoso.
Eles tiraram umas oito casas daqui de perto. Derrubaram todas. Mas
esse pessoal foi para outras casinhas do governo. Eu só saio daqui com
essa garantia também”, confessa a dona de casa Eliane Pereira, 44 anos.
Sua chácara fica a 200 metros de um córrego.
Memória
Em dezembro de 2013, a Defesa Civil interditou o Bloco C da 409 Norte, onde houve uma explosão em um restaurante.
No dia 17 do mesmo mês, um hipermercado de Águas Claras foi interditado após desabamento de uma laje no estacionamento.
Ainda em dezembro, no dia 26, um prédio no Gama foi interditado
após uma viga de sustentação ter rachado, com risco de desabamento.
Em agosto passado, a Defesa Civil também interditou, por tempo
indeterminado, o Shopping Top Mall (foto), atingido por um incêndio.
Partes da estrutura estão comprometidas.
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília
2 comentários:
Os compendios universitarios preconizam que a solução para as migrações e o inchaço excessivo das cidades que recebem tais migrações é a fixação do homem no seu local de origem.Na sua cidade de origem.Atraves de investimentos economicos, de cursos profissionalizantes, de agricultura familiar, de metodos variados que possibilitem aos moradores dos polos de migração seu sustento sem precisar migrar para as cidades maiores como Brasilia onde muitos vezes as esperanças de uma vida melhor são logo desvanecidas por uma realidade ainda mais indigna.Mas nossos lideres para conseguir votos e para dar lucro às empreiteiras (pagas com o dinheiro do contribuinte) continuam a recepcionar e a dar lotes para migrantes.Onde isso vai parar?
Em julho de 2011 Agnelo disse considerar as invasões como “provocação”.
“Isso na verdade é uma provocação para que a gente volte para o velho esquema das invasões criminosas que tiveram no Distrito Federal, em área de proteção ambiental, e nós não vamos admitir”, afirmou
" Acabou essa era no Distrito Federal de anarquia, da irresponsabilidade, da indústria da invasão, de utilizar as pessoas carentes e necessitadas por aproveitadores"
Mais uma promessa furada do nosso Governador.
Postar um comentário