terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Inchaço desordenado do DF.Parabens SEDHAB, parabens AGEFIS, parabens GDF!

Preocupação aumenta, e interdições também

Quantidade de edificações interditadas cresceu 202% em 2013. População denuncia mais
Carla Rodrigues
carla.rodrigues@jornaldebrasilia.com.br


Desabamentos, desmoronamentos e explosões, ainda que ocorram em cidades distantes do Distrito Federal, causam receio entre a população local.

O resultado é o aumento da procura pela Secretaria de Defesa Civil. De 2012 para 2013, o índice de ocorrências registradas na pasta  aumentou aproximadamente 42%, saltando de 784 para 1111. 

 Com o aumento da demanda, a quantidade de interdições cresceu 202,7%,  passando de 37, em 2012, para 112 no ano passado.

“Preocupada com as recorrentes cenas de desabamentos, incêndios e outros desastres na região, a população está denunciando mais”, afirma o subsecretário de Operações da secretaria, coronel Sérgio Bezerra .

 Para ele, a Defesa Civil funciona da mesma forma que a Segurança. “Assim como acontece com a violência, que choca e faz as pessoas tentarem se proteger daquilo, desabamentos e incêndios também causam um estado de alerta. As pessoas estão mais atentas, porque se aconteceu no Rio Grande do Sul ou em São Paulo, por exemplo, pode acontecer aqui também”, analisa Bezerra. Além do número de interdições, as notificações também tiveram aumento de 15,6%, saindo de 421 para 487.

 Apesar do salto nos números, que evidenciam mais consciência e preocupação entre os brasilienses, o subsecretário é cauteloso e destaca: “Ainda não há motivo para se comemorar”. Para Bezerra, o ideal é pensar em soluções para “uma cidade que está envelhecendo”. E, aponta, “isso se faz com manutenção e fiscalização”.

 “O que a gente percebe nos últimos anos é que a necessidade de prevenção está crescendo. Existem construções com mais de 50 anos que nunca passaram por uma revisão, por manutenção, e isso é muito irresponsável”, observa o subsecretário.

Manutenção mais que necessária
 
E manutenção parece ser mesmo a palavra de ordem necessária na capital. Assim como Bezerra, o especialista em urbanismo Dickran Berberian acredita que construções antigas, que não passam por processos contínuos de revisão,   se tornam ameaças para a sociedade. “Em relação à manutenção dos prédios e outras construções,   há um claro desleixo. É como se você tivesse uma saúde muito boa até os cem anos, sem fazer checape   nem nada. Uma hora a coisa vai desandar e você poderia ter evitado”, constata o estudioso.
 
SEM PLANEJAMENTO
 
 Além das edificações antigas, basta uma rápida passagem pelas cidades do DF para constatar o   crescimento desordenado. Pelo menos 15 delas possuem áreas de risco, de acordo com mapeamento da Defesa Civil. Um exemplo é a Chácara Santa Luzia,  próxima ao Lixão da Estrutural, que concentra cerca de 300 famílias. Lá, não há rede de esgoto nem de energia elétrica. Tudo funciona à base de gambiarras. A equipe do Jornal de Brasília   flagrou um morador do local fazendo uma ligação clandestina de luz. Sem nenhum preparo ou proteção, o homem fazia o procedimento tranquilamente. 
 
Alerta nem sempre basta

De acordo com moradores da Chácara Santa Luzia, a água oferecida a eles vem de uma rede clandestina e só é possível   consegui-la por meio de uma mangueira na entrada da comunidade. “E a gente nem sabe de onde vem essa água. Para evitar doenças, nós fervemos. Mas é muito difícil viver assim. Luz é só com gato. A CEB não faz a instalação e a gente já pediu. A gente paga se for preciso. Todo mundo aqui é trabalhador”, diz o catador de lixo Fernando Sousa, 26 anos. Ele e a família vivem em um barraco de compensado, entre a lama e a grama alta. 
 
 “O governo já veio aqui algumas vezes nos avisar dos riscos, mas a gente tem que ter para onde ir. Imagina sair daqui e ir para debaixo da ponte. Ninguém quer isso”, exclama o jovem. Pai de três filhos e com uma menina a caminho, ele mostra vontade de sair dali. “Queria fazer minha inscrição para ganhar uma casa também. Mas tem que pagar R$ 2 mil para conseguir. Eu não tenho esse dinheiro”, conta. Sua mulher, Tamires Sousa, 22 anos, porém, parece conformada com a realidade. “Não tenho medo de viver aqui. Não penso nas coisas ruins que podem acontecer. É a casa que eu tenho”, afirma. 
 
 Em Ceilândia, o cenário do Setor Pôr do Sol não é muito diferente. Moradores se arriscam vivendo à beira de erosões. Muitos foram notificados pela Defesa Civil. “Veio um pessoal   avisar que é perigoso. Eles tiraram umas oito casas daqui de perto. Derrubaram todas. Mas  esse pessoal foi para outras casinhas do governo. Eu só saio daqui com essa garantia também”, confessa a dona de casa Eliane Pereira, 44 anos. Sua chácara fica a   200 metros  de um córrego. 
 
Memória
 
Em dezembro de 2013, a Defesa Civil   interditou o Bloco C da 409 Norte, onde houve uma explosão  em um restaurante.
 
No dia 17 do mesmo mês, um hipermercado de Águas Claras foi interditado após desabamento de uma laje no estacionamento.
 
Ainda em dezembro, no dia 26, um prédio no Gama  foi interditado após uma viga de sustentação ter rachado, com   risco de desabamento. 
 
Em agosto passado, a Defesa Civil também interditou, por tempo indeterminado, o Shopping Top Mall (foto), atingido por um incêndio. Partes da estrutura   estão comprometidas.
 
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília

2 comentários:

Anônimo disse...

Os compendios universitarios preconizam que a solução para as migrações e o inchaço excessivo das cidades que recebem tais migrações é a fixação do homem no seu local de origem.Na sua cidade de origem.Atraves de investimentos economicos, de cursos profissionalizantes, de agricultura familiar, de metodos variados que possibilitem aos moradores dos polos de migração seu sustento sem precisar migrar para as cidades maiores como Brasilia onde muitos vezes as esperanças de uma vida melhor são logo desvanecidas por uma realidade ainda mais indigna.Mas nossos lideres para conseguir votos e para dar lucro às empreiteiras (pagas com o dinheiro do contribuinte) continuam a recepcionar e a dar lotes para migrantes.Onde isso vai parar?

Anônimo disse...

Em julho de 2011 Agnelo disse considerar as invasões como “provocação”.

“Isso na verdade é uma provocação para que a gente volte para o velho esquema das invasões criminosas que tiveram no Distrito Federal, em área de proteção ambiental, e nós não vamos admitir”, afirmou

" Acabou essa era no Distrito Federal de anarquia, da irresponsabilidade, da indústria da invasão, de utilizar as pessoas carentes e necessitadas por aproveitadores"

Mais uma promessa furada do nosso Governador.