Haddadolândia: Prefeito de SP diz que seguirá com seu programa aloprado nem que seja “na marra”. Faz sentido! Na essência, ele é ilegal
Postado:Fri, 24 Jan 2014 18:25:33 +0000 Blog do Reinaldo Azevedo.
Bacana
o estilo “faço e aconteço” do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad.
Boa parte da população da cidade já percebeu qual é a dele.
A avaliação
de sua gestão é um bom espelho do seu desempenho até aqui. E olhem que
conta com um apoio na imprensa como raramente vi.
O programa do governo
do Estado que trata dependentes químicos é tratado a tapas e pontapés. O
de Haddad, que dá dinheiro, moradia e comida para viciados é
considerado uma flor do humanismo.
Boa parte dos jornalistas acha que as
drogas têm de ser descriminadas porque seria uma questão “de direitos
individuais”. Quando o sujeito se estrepa, esses mesmos consideram que o
problema é do Estado.
Sendo do estado, vão mais longe: o dependente se
submete a tratamento se quiser. Se não quiser, o Poder Público tem de
financiar o seu vício e lhe oferecer condições de uma vida digna. (!)
No
Brasil, ter tuberculose, uma doença da pobreza, é que é uma merda.
Ninguém dá bola para um tuberculoso dos cafundós do Judas. Nem um cubano
tem o que fazer com ele porque não é uma doença que se resolve, como
disse Dilma, num rasgo poético, com “apalpadas”.
Nesta
sexta, Haddad diz que o seu programa seguirá nem que seja “na marra”.
Não sei por que tanta testosterona verbal.
Quem está impedindo o alcaide
de seguir com seu programa aloprado?
Outro em seu lugar já estaria
enfrentando o Ministério Público, que o chamaria às falas por ter
decidido entregar um pedaço da cidade para uma comunidade com, digamos,
hábitos muito particulares.
É evidente que isso agride os direitos das
pessoas que moram e trabalham na região e estão sitiadas. É evidente, é
uma questão de funcionamento da economia, que, ao se perenizar na área
um público com hábitos tão particulares, virá junto uma cadeia de
“serviços” para atender às suas demandas.
O resultado é degradação. Os
pagadores de IPTU da região estarão dando uma parte dos seus rendimentos
para financiar a degradação do seu patrimônio. Chego a ficar
constrangido só de escrever a respeito. Nenhum dos bananas que apoiam
esse programa gostaria de estar na pele dos moradores do Centro. É uma
canalhice moral defender um troço como esse dando um “graças a Deus” por
não estar lá.
Mas Haddad diz que vai nem que “seja na marra”. É mesmo? Entendi.
Os viciados terão de aceitar um salário nem que seja na marra.
Os viciados terão de morar de graça nem que seja na marra.
Os viciados terão comida de graça nem que seja na marra.
Os viciados não estão obrigado a contrapartidas, nem que seja na marra.
Os viciados terão de aceitar um salário nem que seja na marra.
Os viciados terão de morar de graça nem que seja na marra.
Os viciados terão comida de graça nem que seja na marra.
Os viciados não estão obrigado a contrapartidas, nem que seja na marra.
Impedir o trabalho da Polícia
A ousadia do prefeito e seus amigos chegou a tal ponto que eles querem agora impedir o trabalho da Polícia. É muito impressionante que a imprensa não submeta a fala de Roberto Porto — secretário de Segurança da cidade e homem bom de embargos auriculares com alguns de seus amigos jornalistas — à lógica elementar.
Leio na Folha a seguinte declaração sua: “A
prisão de traficantes, ninguém pode ser contra e isso vem sendo feito.
Nós temos em média três prisões por dia de traficantes no local, sem
qualquer problema.” É mesmo? Ele repete, então, o que
disse nesta quinta a chefe do Denarc, Elaine Biasoli. Também a Polícia
Civil faz prisões por ali. O que aconteceu de diferente ontem? Simples:
os frequentadores da Cracolândia cercaram os policiais, agrediram-nos e
depredaram viaturas. Porto queria o quê? A POLÍCIA FOI ATACADA, NÃO
ATACOU.
E isso
aconteceu no dia em que capas-pretas do petismo passaram por lá:
Alexandre Padilha, ainda ministro da Doença e futuro candidato ao
governo de São Paulo; José de Fillipi Jr., secretário da Doença da
cidade e autor intelectual do “Bolsa Crack”, além do próprio Porto,
presente quando o confronto aconteceu. Estou sugerindo que os petistas
insuflaram as agressões contra a Polícia? Eu nunca sugiro nada. Ou digo
ou não digo. E eu estou dizendo que os políticos, ao fazer proselitismo
na Haddadolândia, reforçam a percepção dos frequentadores de aquela é,
de fato, uma área em que vale tudo — não-submetida, portanto, às leis
que vigoram no resto da cidade e do país.
E a coisa
vai piorar depois do escarcéu feito ontem. Os próprios policiais, civis e
militares, tenderão a se perguntar: “Por que vou me meter nessa
roubada? Para que a imprensa caia de pau? Para que a Corregedoria caia
de pau? Para apanhar das autoridades da Prefeitura? Para ser visto como
espancador de pobre?” E se tem, então, a espiral de irresponsabilidades.
É claro que a perspectiva será de crescimento da Cracolândia, que
acabará atraindo viciados de outras cidades e de outros estados.
Alckmin
O governador Geraldo Alckmin também falou sobre o episódio. Afirmou que é preciso parar com picuinhas políticas e que o Denarc estava lá para prender traficantes. Como os policiais foram agredidos, houve reação. E foi o que aconteceu. Nada além disso.
O problema é enfrentar a máquina de produzir factoides. À Folha, Porto, o dos embargos auriculares, afirmou: “Nós
tivemos pessoas atendidas no ‘Braços Abertos’ relatando que foram
atingidas por balas de borracha. Eu pude presenciar, na ocasião,
policiais civis com a arma disparadora da bala de borracha. Agora se era
para somente intimidar ou não eu não posso dizer”. Este
senhor é o secretário de Segurança do município. Ainda que os relatos
tenham acontecido e ainda que ele tenha visto a tal arma, é visível que
ele não a viu sendo disparada. Sem ter em mãos as evidências
inquestionáveis, a única postura responsável, para alguém que ocupa o
seu cargo, seria se calar a respeito até que não surgisse a prova.
A Polícia
Civil pode, sim, usar balas de borracha. Mas, segundo o Denarc, não
foram empregadas nesta quinta. Ainda que tivessem ou tenham sido, se há
uma turba que parte pra cima de policiais para impedi-los de fazer o seu
trabalho, é preciso reagir — se for o caso, com balas de borracha. É,
diga-se, o que fazem as polícias em estados governados pelo PT. E aí a
Al Qaeda eletrônica se cala. Coragem, Haddad! Siga com o seu programa
“na marra”, já que, segundo qualquer critério que se queira, ele está
mesmo fora da lei.
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