sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

O “bando de negros e morenos”


24/01/2014                                      Blog do Reinaldo Azevedo

Segue trecho da minha coluna na Folha de hoje:
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O pânico voltou a bater às portas do Palácio do Planalto, que dá como inevitáveis novos protestos durante a Copa. O PT já convocou o seu braço junto às massas, uma tal Central de Movimentos Populares (CMP), para monitorar o povaréu.

Os pelegos do CMP integram a Ancop, ou “Comitês Populares da Copa”. Estão lá para amansar a brasileirada. As designações têm um ranço entre o jacobinismo e o sovietismo: “central”, “comitês”, “coletivos”… O “comissariado” fica na Secretaria-Geral da Presidência, do camarada Gilberto Carvalho. 

Uma nova onda de protestos poderia pôr em risco a reeleição de Dilma. Uma estrepitosa vaia durante o discurso da presidente na abertura daria o tom do resto do torneio. O Planalto, o que é uma tolice, viu nos “rolezinhos” o sinal de advertência. O PT começa a ser também vítima, não apenas beneficiário, de sua natureza. Explico.

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Já sabemos o que eram os “rolezinhos” e no que tentam transformá-los as esquerdas, inclusive os petistas. De novo, confessam, a aposta era que se limitassem a São Paulo. Carvalho mandou ver no pensamento tarja-preta: “Da mesma forma que os aeroportos lotados incomodam a classe média. Da mesma forma que, para eles, é estranho certos ambientes serem frequentados agora por essa ‘gentalha’ (…). O que não dá para entender muito é a carga do preconceito que veio forte. (…) As pessoas veem aquele bando de meninos negros e morenos e ficam meio assustadas. É o nosso preconceito”.

“Nosso preconceito” uma ova! Esse é o preconceito de Carvalho, que chama “negros” e “morenos” de “bando”. Então só a classe média reage à incompetência do governo na gestão aeroportuária? Pobre gosta de humilhação? Nota: a pesquisa Datafolha sobre os “rolezinhos”, especialmente a opinião de “negros e morenos”, desmoraliza Carvalho, seu partido, as esquerdas, a vigarice sociológica, a tolice jornalística e o colunismo fácil.
(…)

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