04/03/2014 VEJA
às 4:41
O
governo brasileiro entrou formalmente com o pedido de extradição do
mensaleiro Henrique Pizzolato. Duas questões: será que essa extradição
sai? Se a Itália negar, o Planalto vai estrilar?
Respondo as duas
questões de imediato: tomara que a extradição saia, mas é muito difícil
que aconteça. Se os italianos se negarem, não haverá tristeza nenhuma
nas bandas do governo. Ao contrário: haverá gente soltando rojão de
felicidade.
Vamos à
extradição: Pizzolato está preso na Itália porque entrou com documentos
falsos naquele país — não têm nada a ver com os crimes do mensalão. Ele é
acusado por lá de substituição de pessoa, falso testemunho e falsidade
ideológica.
Como vocês devem se lembrar, ele fugiu do Brasil e entrou na
Itália usando documentos em nome de um irmão que morreu em 1978,
chamado Celso Pizzolato.
O
ex-diretor de marketing do Banco do Brasil nasceu em Concórdia, em Santa
Catarina, mas obteve também a cidadania italiana.
A Itália não costuma
extraditar seus cidadãos para cumprir pena em outro país — aliás, a
esmagadora maioria das nações age desse modo.
Lembro, mais uma vez, que
esse caso nada tem a ver com o do terrorista Cesare Battisti: aquele,
sim, era italiano, condenado em seu país e pediu ao governo Lula.
Tratado vigente entre Brasil e Itália prevê a extradição nesse caso.
Mesmo assim, os petistas fizeram a barbaridade de ficar com o
terrorista.
Por outro
lado, é evidente que Pizzolato é, antes de mais nada, brasileiro e usou a
dupla cidadania para práticas dolosas, com a claríssima intenção de se
livrar da punição. Não hesitou em cometer crimes novos. É difícil que a
Itália o entregue, mas não é impossível.
Será que o
Ministério da Justiça, cujo titular é o petista José Eduardo Cardozo,
está torcendo para que haja a extradição?
É evidente que não! Tudo os
que os petistas querem, em ano eleitoral, é ver Pizzolato bem longe do
Brasil. Hoje, ele é o canhão solto no convés, e a bomba petista
ambulante.
Condenado a
12 anos e 7 meses de prisão — o que lhe rende regime inicial
necessariamente fechado — por corrupção passiva, peculato, que é roubo
de dinheiro público, e lavagem de dinheiro, Pizzolato é um homem
desesperado, que já deu sinais de que se sente abandonado pelo PT.
Mais do
que ninguém, ele desmoraliza as versões fantasiosas que os petistas
tentam consolidar sobre o mensalão. Só do Fundo Visanet — dinheiro
público —, foram desviados R$ 73,8 milhões para o grupo criminoso.
Se
mensaleiros como José Dirceu, Delúbio Soares e José Genoino fazem suas
vaquinhas indecentes para pagar multa, Pizzolato — que, na prática, era
chefiado pelo trio — deixa claro que não tinha problemas financeiros.
Viveu vida de rico na Europa. Comprou nada menos de três apartamentos só
no litoral da Espanha — dois deles avaliados em R$ 3 milhões. Por que
será que seus chefes posam de coitadinhos?
A virtude
que os petistas mais apreciam em Delúbio é a sua capacidade de aguentar
tudo calado, de não denunciar ninguém, de ser um homem do partido — é,
em suma, a cara-de-pau. Já deu para perceber que Pizzolato é de outra
natureza: não aguenta o tranco.
Tem queixo de vidro.
Não custa
antecipar: caso seja extraditado para o Brasil, a primeira coisa que se
tem de fazer é dar garantias de vida a Pizzolato.
Nenhum comentário:
Postar um comentário