Publicado: 27 de agosto de 2014 às 21:49 - Atualizado às 0:54
Quando traçou as linhas singulares de Brasília, Lucio Costa projetou uma cidade que nascia para ser vanguarda. Nas palavras do arquiteto, “Brasília foi feita para permanecer e traduzir uma nova fase do Brasil, de um país voltado para o futuro”.
Mas, contrariando o sonho daqueles que construíram o espírito candango, inventivo e transformador, vemos hoje em Brasília um governo identificado com o retrocesso e que apresenta como marca uma gestão desastrosa.
Os serviços públicos ofertados em todas as áreas são de baixa qualidade. Embora o governador seja médico e tenha prometido resolver em seis meses os problemas da saúde, temos aqui a menor cobertura das equipes de atenção básica em todo o país, com apenas um quarto da população atendida pelo programa Saúde da Família. O indicador que avalia o desempenho do Sistema Único de Saúde (SUS) coloca o Distrito Federal na vigésima posição entre as 27 unidades da Federação.
A população sente que a saúde piorou nos últimos anos, mas sabe que não faltam recursos para governar melhor. O mesmo governo que não consegue equipar adequadamente os hospitais públicos gastou quase R$ 2 bilhões para construir um estádio. O Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) apontou um superfaturamento de R$ 431 milhões na obra, dinheiro que seria suficiente para construir 172 creches e escolas de educação infantil de período integral.
Em 2013 o GDF não investiu um centavo sequer do seu orçamento próprio em áreas como saneamento, assistência a pessoas com deficiência, recuperação de regiões degradadas, incentivos à indústria e ao turismo. Ainda assim, apresentou um déficit de R$ 1,3 bilhão no orçamento.
Como alternativa a esse governo que foi uma decepção para todos que nele acreditaram, vemos um candidato que marcou seu recente governo com a corrupção generalizada, e que por isso responde a inúmeros processos na Justiça.
Recentemente, inclusive, tornou-se ficha suja, condenado em segunda instância.
Diante desse quadro lamentável para nossa cidade, e com vida e trajetória política profundamente vinculadas a Brasília, não poderia me omitir. Como senador e tendo sido deputado distrital, deputado federal, secretário de Turismo do DF e secretário nacional de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social, vejo-me diante da responsabilidade de me candidatar ao governo para contrapor à ineficiência e à corrupção uma nova maneira de governar, baseada na ética, na transparência, na eficiência, na visão de futuro, na inovação, na sustentabilidade na participação popular.
Quero contribuir para que o GDF recupere a capacidade de planejar e executar políticas públicas que verdadeiramente atendam à população.
Com minha candidatura a geração Brasília terá oportunidade de, pela primeira vez, governar a cidade. As pessoas não se conformam mais com a ideia de que têm de escolher entre a incompetência e o “rouba, mas faz”. Os brasilienses sabem que quem não rouba pode fazer muito mais. Para deixar claro nossos compromissos construímos uma aliança política baseada em princípios e propostas claras para mudar Brasília, uma aliança que reúne pessoas de vida limpa e identificadas com a cidade.
Tenho ao meu lado, como candidato a vice-governador, Renato Santana, um servidor público de carreira, nascido em Brazlândia e morador de Ceilândia. Nosso candidato ao Senado é o deputado Reguffe, uma referência política em Brasília, identificado com os valores da ética e da austeridade. Juntos, vamos apresentar uma nova forma de fazer política.
Mas de nada adiantaria me apresentar como candidato ao governo se não me sentisse preparado para isso. Estou preparado. Em primeiro lugar porque consolidei uma trajetória política consistente, que me permite compreender os problemas de Brasília e as soluções adequadas. Em segundo lugar porque os partidos que compõem a nossa coligação se debruçaram sobre as grandes questões do Distrito Federal. Há um ano e meio, reunimos especialistas em doze núcleos temáticos para fazer um diagnóstico de todas as áreas da administração pública. Depois, realizamos cinco seminários regionais para ouvir a população das cidades. Mais de duas mil pessoas participaram desses encontros, apresentando propostas para o futuro governo.
Eu quero ser governador porque esse processo de participação popular me dá a convicção de que temos as melhores propostas para Brasília. Também estou seguro de que já no primeiro dia de governo começaremos a executar nosso planejamento, porque ele foi feito de forma democrática, refletindo assim os desejos de todos os segmentos da sociedade.
Vamos pensar Brasília como um todo, sem distinção entre o Plano Piloto e as cidades. Queremos oferecer condições para que cada cidade se desenvolva em seu potencial pleno, sua autonomia e sua vocação. Todas são parte de Brasília. Da mesma forma, vamos articular o desenvolvimento com a região metropolitana que engloba os municípios vizinhos.
A implantação de uma gestão moderna será prioridade do nosso governo, pois o ajuste da máquina pública é condição básica para a oferta de serviços públicos de qualidade. Começaremos o governo com uma guerra à burocracia e faremos uso intensivo de instrumentos que garantam a transparência e o combate à corrupção.
Vamos fazer uma reforma na estrutura administrativa, adotando um modelo de gestão baseado em metas e resultados. Essa transformação exige a redução do custo da máquina e a valorização dos servidores, o que vai gerar maior eficiência na estrutura organizacional. Garantiremos a profissionalização do serviço público, com a substituição expressiva de servidores comissionados por servidores de carreira.
Não temos dúvida de que precisamos construir um Estado forte. Entretanto, a força do Estado não é medida pelo tamanho e pela complexidade da máquina pública, mas sim pela capacidade de atender às demandas da população e de promover o desenvolvimento.
Com um governo ágil e eficiente, estaremos prontos para buscar permanentemente a excelência dos serviços nas áreas da saúde, da educação, da segurança pública, da mobilidade e da infraestrutura. Quando tem suas necessidades atendidas, o cidadão percebe que o Estado é justo e igualitário. E porque acredito nisso, eu desejo governar Brasília.
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