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Publicação: Quinta-feira, 28/08/2014 às 08:09:00
Vista
com desconfiança pelos representantes do agronegócio, a nova candidata
do PSB à Presidência, Marina Silva, começa a colocar em prática os
primeiros movimentos para se aproximar do setor. Nesta quinta-feira, 28,
Marina visita uma feira voltada para a área sucroalcooleira no interior
de São Paulo e nesta sexta, 29, tem um encontro marcado com líderes
ruralistas.
Desde que assumiu a cabeça da chapa, após a morte de Eduardo Campos em um acidente aéreo no último dia 13, Marina escalou aliados para entrar em contato com representantes do setor. Um deles é o ambientalista João Paulo Capobianco, que tem buscado nomes para conversar.
Outro é o deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), que foi escolhido como vice da chapa. O nome dele, inclusive, foi visto como um sinal de que ela estaria disposta a buscar o diálogo com o agronegócio. Beto tem bom relacionamento com empresários gaúchos do ramo, principalmente produtores de celulose e cereais.
Outra sinalização que agradou ao setor foi o fato de ela já ter afirmado publicamente que vai cumprir as propostas que Campos apresentou durante a sabatina realizada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) no início de agosto. A postura demonstra uma mudança significativa em relação a 2010, quando ela era candidata do PV e nem sequer compareceu ao evento.
'Tranquilidade'
Segundo a avaliação de um expressivo interlocutor da área, Campos poderia até não ter conseguido assegurar os votos, mas tinha conquistado a confiança de lideranças agrícolas. Segundo ele, o fato de Marina estar disposta a cumprir os acordos traz "tranquilidade" e mostra que ela está adotando um discurso pró-agronegócio.
Hoje Marina deve ser bem-recebida na Feira Internacional do Setor Sucroenergético (Fenasucro), em Sertãozinho, interior de São Paulo. Campos havia sido convidado para participar do evento como palestrante e ela irá substituí-lo no evento.
O então candidato vinha estabelecendo um bom relacionamento com o setor sucroalcooleiro. O segmento não esconde a insatisfação com o governo da presidente Dilma Rousseff (PT), que optou por segurar os preços da gasolina, desvalorizando a indústria do etanol.
Já o encontro marcado para amanhã, organizado pelo presidente da Datagro Consultoria, Plínio Nastari, deve ser mais amplo e reunir representantes das principais entidades do agronegócio brasileiro.
Ex-presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Marcos Jank é um dos nomes que confirmaram presença no encontro. O executivo está à frente da BRF - Brasil Foods e diz que se aproximou dos marineiros nos últimos três anos. Segundo ele, a reunião servirá para mostrar que há "muita convergência entre as ideias de Marina e o agronegócio".
Ministra
A resistência do setor ao nome de Marina vem do tempo em que ela ocupou o Ministério do Meio Ambiente (2003-2008). Enquanto estava à frente da pasta, condenou o aumento do desmatamento para que houvesse a expansão da produção de grãos e da pecuária na Amazônia Legal.
Ela sempre defendeu a tese de que é possível aumentar a produtividade sem aumentar a área plantada e de que é o agronegócio pode conviver com os preceitos da sustentabilidade.
Em 2012, se posicionou publicamente contra a aprovação do novo Código Florestal. O projeto tinha o apoio da bancada ruralista, mas foi considerado por ela um "retrocesso".
Outro é o deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), que foi escolhido como vice da chapa. O nome dele, inclusive, foi visto como um sinal de que ela estaria disposta a buscar o diálogo com o agronegócio. Beto tem bom relacionamento com empresários gaúchos do ramo, principalmente produtores de celulose e cereais.
Outra sinalização que agradou ao setor foi o fato de ela já ter afirmado publicamente que vai cumprir as propostas que Campos apresentou durante a sabatina realizada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) no início de agosto. A postura demonstra uma mudança significativa em relação a 2010, quando ela era candidata do PV e nem sequer compareceu ao evento.
'Tranquilidade'
Segundo a avaliação de um expressivo interlocutor da área, Campos poderia até não ter conseguido assegurar os votos, mas tinha conquistado a confiança de lideranças agrícolas. Segundo ele, o fato de Marina estar disposta a cumprir os acordos traz "tranquilidade" e mostra que ela está adotando um discurso pró-agronegócio.
Hoje Marina deve ser bem-recebida na Feira Internacional do Setor Sucroenergético (Fenasucro), em Sertãozinho, interior de São Paulo. Campos havia sido convidado para participar do evento como palestrante e ela irá substituí-lo no evento.
O então candidato vinha estabelecendo um bom relacionamento com o setor sucroalcooleiro. O segmento não esconde a insatisfação com o governo da presidente Dilma Rousseff (PT), que optou por segurar os preços da gasolina, desvalorizando a indústria do etanol.
Já o encontro marcado para amanhã, organizado pelo presidente da Datagro Consultoria, Plínio Nastari, deve ser mais amplo e reunir representantes das principais entidades do agronegócio brasileiro.
Ex-presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Marcos Jank é um dos nomes que confirmaram presença no encontro. O executivo está à frente da BRF - Brasil Foods e diz que se aproximou dos marineiros nos últimos três anos. Segundo ele, a reunião servirá para mostrar que há "muita convergência entre as ideias de Marina e o agronegócio".
Ministra
A resistência do setor ao nome de Marina vem do tempo em que ela ocupou o Ministério do Meio Ambiente (2003-2008). Enquanto estava à frente da pasta, condenou o aumento do desmatamento para que houvesse a expansão da produção de grãos e da pecuária na Amazônia Legal.
Ela sempre defendeu a tese de que é possível aumentar a produtividade sem aumentar a área plantada e de que é o agronegócio pode conviver com os preceitos da sustentabilidade.
Em 2012, se posicionou publicamente contra a aprovação do novo Código Florestal. O projeto tinha o apoio da bancada ruralista, mas foi considerado por ela um "retrocesso".
Fonte: Estadão Conteúdo Jornal de Brasília
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