sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Feliz a democracia que tem candidatos evangélicos, diz Pastor Everaldo




O candidato a presidência da Republica Pastor Everaldo durante entrevista no auditório Seprosp, no Itaim

Defensor do Estado mínimo e das privatizações, inclusive da Petrobras, o candidato do Partido Social Cristão à Presidência, Pastor Everaldo, 58, é adepto de frases feitas para definir suas propostas. Gosta de repetir o slogan "Mais Brasil, menos Brasília" e dizer que "cortará pela carne" gastos e corrupção. 


Com 1% das intenções de voto na última pesquisa Datafolha, o carioca diz que reduzirá o número de ministérios de 39 para 20 e manterá o Bolsa Família, "mas com programas de capacitação". 


Pastor da igreja evangélica Assembleia de Deus do Ministério Madureira, é crítico da união entre pessoas do mesmo sexo, da legalização das drogas e do aborto. 


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Folha - O sr. teme a migração de votos dos evangélicos para Marina Silva, que também é da Assembleia de Deus?


 
Pastor Everaldo – Tem um salmo de Davi que até a presidente declarou quando foi a uma igreja: "Feliz a nação cujo Deus é o Senhor". Feliz a democracia que tem até dois candidatos evangélicos! Acredito que o cidadão brasileiro, seja evangélico ou não, está olhando para a melhor proposta para o Brasil. 


O sr. fala em privatizar a Petrobras. Por quê? Qual a vantagem para o Estado?


A Petrobras hoje é a vergonha nacional. Com a privatização, o dinheiro que ia para o ralo com a corrupção vai sobrar no Tesouro, para que a gente possa investir em saúde, educação e segurança pública. A Vale do Rio Doce é um exemplo de privatização. Mas essa proposta será discutida no Parlamento, sem quebra de contrato. Aqui não é a ditadura, que você chega lá e quebra as coisas acertadas. 



O sr. é crítico ao atual governo, mas em 2010 seu partido apoiou Dilma Rousseff e recebeu doação de R$ 4,7 milhões do PT. Acha correto negociar alianças dessa maneira?


Eu apoiei, o partido apoiou [Dilma] baseado em princípios que a presidente não cumpriu, de defesa da vida do ser humano e da família. Essa aliança foi feita em 30 de julho de 2010, e a doação foi feita no final de setembro. Foi despesa de campanha, declarada. Não foi moeda de troca



A lei deveria manter a permissão para o aborto em casos de estupro e risco à vida da mãe?


A legislação atual é altamente suficiente. 



Se o Congresso aprovar a legalização do aborto e o casamento gay, o sr. vetará?
 


Vetarei. É uma prerrogativa da democracia. 

Essa decisão não estará sendo influenciada pela religião?


Será influenciada pela minha consciência e pelo que entendo de sociedade. Nenhuma sociedade sobreviveu até hoje a não ser pelo casamento heterossexual. 



Os interesses da nação, representados pelo Congresso nesses casos, não têm que vir em detrimento das suas crenças?


Meus princípios são inegociáveis. O Parlamento tem a prerrogativa de derrubar o veto. A democracia é assim. 



Por que o sr. chama a Comissão da Verdade de Comissão da Inverdade? Irá extingui-la?
 


A Comissão da Verdade tem humilhado os militares. Sou favorável ao respeito. O Estado é para proteger o cidadão. Agora, uma comissão que quer colocar só uma versão [dos fatos] não tem minha aprovação. Se fosse para ser da verdade, eu a manteria. 

O sr. propõe a criação de um Ministério da Segurança Pública. Em que a pasta se diferenciará da atual, da Justiça?

O Ministério da Justiça não funciona, é uma vergonha. O da Segurança Pública vai ser uma força-tarefa com todas as forças policiais, as de inteligência. Hoje as polícias não se comunicam. 








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