sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Três ministros tiram férias para se dedicar à campanha de Dilma

05/09/2014 10h52 - Atualizado em 05/09/2014 16h14


Objetivo é intensificar busca por votos a um mês das eleições.
Ministro das Relações Institucionais analisa deixar cargo pela campanha.

Filipe MatosoDo G1, em Brasília
Ao menos três ministros passarão a se dedicar a partir da próxima semana exclusivamente à campanha da presidente Dilma Rousseff (PT) à reeleição. Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral) entrará de férias a partir da próxima semana, Miguel Rossetto (Desenvolvimento Agrário) tirará licença e Paulo Bernardo (Comunicações) entrou de férias nesta quarta-feira (3). Todos eles se dedicarão nos próximos 30 dias, que antecedem às eleições, a dialogar com setores específicos para tentar atrair mais votos à candidata petista.
Já o ministro Ricardo Berzoini (Relações Institucionais) avalia deixar o comando da pasta para atuar exclusivamente no comitê de campanha da presidente Dilma em São Paulo. Berzoini faz parte do Comitê Político, composto pelos presidentes dos nove partidos que compõem a coligação de Dilma, e decidirá nos próximos dias qual decisão irá tomar. Membro do Diretório Nacional do PT, o ministro se reuniu com dirigentes da legenda e da campanha de Dilma nesta sexta em São Paulo.
Ao chegar ao encontro, Ricardo Berzoini confirmou que alguns ministros se dedicarão exclusivamente à campanha de Dilma mas que ainda não decidiu se deixará o cargo. Ele também disse que tem experiência em se "relacionar" com estados, partidos, prefeitos e governadores.
"A proposta agora é de alguns companheiros se dedicarem exclusivamente à campanha, eu ainda nao decidi. Tanto eu como o [Miguel] Rosseto temos experiencia neste tipo de trabalho, que é se relacionar com os estados, partidos, prefeitos e governadores. Esta é tarefa de militante , eu sou militante e estou pronto para cumprir meu papel", afirmou.
Questionado sobre as pesquisas eleitorais que apontam crescimento da candidata do PSB, Marina Silva, Berzoini afirmou que é preciro "ter tranquilidade" para conduzir a campanha. Ele também disse que a hipótese "mais forte" é um segundo turno entrw Dilma e Marina.
"A análise de cenário é outra. Tem que ter tranquilidade para conduzir nossa linha de campanha. O planejamento nao é para dois dias. É ate o fim do primeiro turno. Eu sempre trabalho com a hipótese de dois turnos, é o mais provavel. O problema é saber quem vai para o segundo turno. Até o acidente com o Eduardo [Campos, ex-governador de Pernambuco], a hipótese era Dilma e Aécio. Agora a hipótese mais forte é Dilma e Marina"
Gilberto Carvalho, interlocutor do governo federal com os movimentos sociais e um dos coordenadores da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002, participa do núcleo de mobilização social da campanha da presidente Dilma junto com o sindicalista Jacy Afonso. Nas última semanas, Carvalho fez diversas viagens onde se reuniu com lideranças sociais. Nesta sexta, por exemplo, o ministro está em Campo Grande (MS).
Pesquisa Ibope (*) divulgada nesta quarta (3) apontou Dilma Rousseff (PT) com 37% das intenções de voto e Marina Silva (PSB) com 33% na corrida para a Presidência da República. O candidato Aécio Neves (PSDB) tem 15% e Pastor Everaldo (PSC), 1%. Os outros sete candidatos somados acumulam 2%.
Além de se dedicar à campanha da presidente Dilma à reeleição, o ministro Paulo Bernardo atuará também na tentativa da senadora Gleisi Hoffmann (PT) de se eleger governadora do Paraná. As férias do ministro têm duração de dez dias.
Conforme apurou o G1, até o momento, o ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) não deve tirar férias para se dedicar exclusivamente à campanha de Dilma. O ex-senador, assim como Berzoini, compõe o Conselho Político da campanha petista, participa diariamente de reuniões com a presidente e foi um dos coordenadores da campanha de Lula em 2002.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que foi um dos coordenadores da campanha de Dilma em 2010, disse nesta sexta-feira que não pretende se afastar do governo para se dedicar às eleições. Ele não descartou a hipótese, porém, caso seja designado para a tarefa.
“Não tenho nenhuma previsão em relação a isso. Se for solicitado, não terei nenhuma preocupação em fazê-lo, mas creio que não será necessário. O Ministério da Justiça tem muitas atividades e minha ideia é permanecer tocando essas atividades”, afirmou durante coletiva de imprensa nesta manhã, em Brasília.
Ao lado do ex-ministro Antonio Palocci e do ex-presidente do PT, José Eduardo Dutra, Cardozo comandou a primeira campanha de Dilma quatro anos atrás. Na época, os coordenadores chegaram a ser apelidados de “três porquinhos”. “Sou um porquinho fora da campanha” brincou o ministro nesta sexta.

(*)O Ibope ouviu 2.506 eleitores em 175 municípios entre 31 de agosto e 2 de setembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%, o que quer dizer que, se levarmos em conta a margem de erro de dois pontos para mais ou para menos, a probabilidade de o resultado retratar a realidade é de 95%. A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-00514/2014.

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