Edição do dia 09/11/2014
Região é a que mais produz hortaliças no Brasil.
Local fica nas nascentes do rio que corta a cidade e o estado de SP.
Essa semana começou a chover timidamente na região do cinturão verde, mas os técnicos da Secretaria de Agricultura estimam que 25% da produção já está perdida.
O município de Biritiba-Mirim se especializou na produção de alface, mas este ano os reservatórios dos sítios estão vazios. Só os agricultores que ficam perto do Rio Biritiba-Mirim e investiram na captação da água que ainda resta no seu leito estão conseguindo produzir.
O produtor Hiroshi Shintate costuma ter 15 variedades diferentes de alface para oferecer aos seus clientes. Este ano só tem três e reduziu 20% da produção. Ele investiu na cobertura plástica dos canteiros para proteger o solo do impacto da chuva, mas até agora ela não chegou pra valer. “Essa chuva não molhou a terra, ela só baixou a poeira e aumentou a umidade do ar. A ajuda para o solo ficar úmido e fazer o transplante da muda não aconteceu”, relata.
A reserva de Hiroshi para irrigar a lavoura fica em dois tanques que captam água da chuva. Um deles está quase vazio. O outro tanque do sítio está recebendo água do Rio Biritiba-Mirim. O produtor conseguiu outorga do departamento de água e esgoto do estado para ligar a bomba só durante o dia. Durante a noite, ele tem que desligar o motor.
A água usada por Hiroshi e por vários outros produtores da região é a mesma que deveria encher a represa de Biritiba-Mirim, importante reservatório do Sistema Alto Tietê, mas a represa está com o nível mais baixo dos últimos dez anos. Boa parte já secou.
“A chuva muito intensa prejudica o produtor, porque de certa forma o solo precisa de tempo para fazer a infiltração. Então para o produtor é importante que sejam chuvas de baixa intensidade, porém bem distribuídas. Agora, para encher as represas o quanto antes chuvas intensas na cabeceira seria importantes”, explica o agrônomo Júlio Nagase.
O Sistema Alto Tietê melhorou um pouco com as chuvas do início de novembro, mas é preciso muito mais para regularizar a situação.
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