quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Críticas a Joaquim Barbosa, que cobrou demissão de ministro, refletem o desespero petista

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UCHO

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Ânimos exaltados – Para os petistas, saquear os cofres da Petrobras foi algo dentro da normalidade, como se o PT não fosse uma organização criminosa conhecida, como afirmou o senador Aécio Neves (PSDB-MG).


Após o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, defender a demissão do ministro da Justiça por conta de encontros secretos com advogados das empreiteiras envolvidas no Petrolão, os “companheiros” saíram em defesa de José Eduardo Martins Cardozo.


“Nós, brasileiros honestos, temos o direito e o dever de exigir que a presidente Dilma demita imediatamente o ministro da Justiça”, escreveu o ex-presidente do STF no microblog que mantém no Twitter.


Os ataques a Barbosa foram os mais variados, flanando entre declarações que ultrapassam as fronteiras do ridículo. Secretário de Comunicação do PT, José Américo classificou de “lastimável” o pedido de Barbosa, que, segundo o petista, deseja retornar à cena política “de olho” nas próximas eleições.


“Ele diz que se aposentou por dor nas costas, mas o objetivo era outro: militar e tentar um cargo político a curto prazo”, afirmou o dirigente petista.


Que José Américo é um radical descontrolado no melhor estilo lobo em pele de cordeiro todos sabem, mas Joaquim Barbosa tem o direito de criticar o governo e também de participar de eleições. Cidadão brasileiro, Barbosa tem pela frente o caminho livre para disputar um cargo eletivo, por exemplo, desde que esse seja o seu desejo.


De tal modo, não cabe ao PT fazer críticas, pois é sabido que José Eduardo Cardozo ultrapassou os limites da suas funções como ministro. Considerando que a presidente Dilma Rousseff é frouxa como chefe de governo, Cardozo continuará ministro, podendo inclusive ocupar a vaga deixada pelo próprio Joaquim Barbosa. Se isso acontecer, como especula-se nos bastidores do poder, o Brasil estará diante de mais um escárnio com a chancela estelar do Partido dos Trabalhadores.


Coordenador jurídico do PT, Marco Aurélio Carvalho também não poupou Barbosa. “Por ironia do destino, ele se aposentou e hoje procura fazer o que sempre criticou: pediu carteirinha da OAB [Ordem dos Advogados do Brasil] para sobreviver”, disse Carvalho.


Marco Aurélio Carvalho tem direito à livre manifestação do pensamento, como garante a Carta Magna, mas não pode impedir que Barbosa exerça qualquer profissão, desde que esteja habilitado para tanto. O coordenador petista se agarra a teorias absurdas apenas porque Joaquim Barbosa foi implacável como relator da Ação Penal 470 (Mensalão do PT), que mandou para a prisão boa parte da cúpula do partido.



Histriônicos conhecidos
Advogado das estrelas e das autoridades encalacradas em escândalos de corrupção, o criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro não se conteve e acabou revelando, mais uma vez, a sua porção teatral.


Disse o advogado que o pedido de Joaquim Barbosa é “saudade dos holofotes” e “especialidade” do ex-ministro do STF. “Como é Carnaval parece ser uma piada de salão: um ex-ministro do Supremo sair do ostracismo para tentar pressionar a presidente da República e pedir a demissão do ministro da Justiça”, afirmou o advogado.


Kakay, como é conhecido o criminalista, é um especialista em holofotes, por isso ousou analisar a declaração de Joaquim Barbosa, que em nenhum momento pressionou a presidente da República, mas conclamou os brasileiros de bem a cobrarem a demissão do ministro da Justiça, que confunde o ministério com o Poder Judiciário.


Qualquer brasileiro minimamente inteligente sabe que o STF está dominado e que o PT trabalha nas coxias para evitar um estrago maior no partido por causa do Petrolão, o maior escândalo de corrupção da história da humanidade, como prejuízos à Petrobras estimados em R$ 88 bilhões.


Para completar a ópera bufa encenada pelos petistas para atacar Joaquim Barbosa, o então responsável pela defesa do mensaleiro José Genoino também criticou o ex-presidente do STF. Luiz Fernando Pacheco disse que a exigência de Barbosa demonstra seu “caráter populista”. Pacheco, para quem não se recorda, foi expulso do plenário do STF pelo próprio Barbosa, depois de desrespeitar a liturgia da máxima instância do Judiciário. Na ocasião, visivelmente alterado, Luiz Fernando Pacheco disse que “pegaria” Barbosa.


A preocupação maior dos petistas em relação a Joaquim Barbosa é que ao conclamar a população brasileira para dar um basta aos seguidos desmandos do desgoverno do PT pode complicar ainda mais a crise institucional que chacoalha o Palácio do Planalto e faz a presidente da República refém do silêncio e do sumiço.



O ministro da Justiça sabe que errou, mas a sensação de impunidade incentiva a “companheirada” a cometer ilícitos. Haja vista o que aconteceu na Petrobras ao longo dos últimos dez anos.

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