quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Estiagem no início do ano deixa pessimistas criadores de gado do DF

Correio Braziliense


Com o pasto baixo e o bovino magro, a previsão do setor é de que o consumidor passe a pagar mais pela carne e pelo leite

postado em 18/02/2015 06:15
Luiz Calcagno
Antonio Cunha/CB/D.A Press


Para enfrentar a seca, o pecuarista Fábio Brás da Costa, 55 anos, precisou se livrar de parte do rebanho. A intenção é garantir que haja pasto para manter o vigor do gado e, consequentemente, a produção de leite e o lucro nos negócios. Ele não é o único criador do Distrito Federal a tomar essa medida, que se repete no Entorno, como em fazendas nos municípios goianos de Girassol e Cocalzinho. A principal fonte de alimento dos bovinos (há 110 mil cabeças no DF) sofreu com o veranico estendido de janeiro e cresceu, em algumas propriedades, apenas 25% do esperado. A consequência é que, em algum momento, o consumidor sentirá no bolso o aumento do preço da carne e do leite.

As chuvas de fevereiro permitiram que parte do capim voltasse a crescer, mas não o suficiente. O gado se alimenta do broto, que não é tão nutritivo, e ainda impede a planta de se desenvolver. Outra boa fonte de alimentação para os bovinos — o milho — também revela dificuldade por causa da falta de precipitações em dezembro e em janeiro. A perda do grão pode chegar a 40% em toda a região. O preço do saco de 40kg da ração, com base no commodity, aumentou. Passou de R$ 38 para R$ 41. Os criadores acreditam que a silagem, feita com base no milho, mais uma alternativa para enfrentar a estiagem, será a próxima a aumentar de preço.

Ao caminhar pela propriedade, uma chácara na Colônia Agrícola Nova Betânia, em São Sebastião, Fábio Brás mostra o mato seco e abaixo do tamanho esperado. Segundo ele, o litro do leite, negociado pelo produtor por R$ 0,85, terá de subir a R$ 1 para que seja possível continuar com a criação. “Em breve, será difícil cobrir o preço do investimento na produção. Um dos problemas é que boa parte do nosso pasto já deu semente, o que significa que não crescerá muito mais do que isso”, relata.

A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique aqui.
publicidade

Nenhum comentário: