A informação
foi fundamental para fechar a delação premiada do diretor-presidente da
Camargo Corrêa, Dalton Avancini. A obra tem um custo estimando em 19
bilhões de reais.
Ao
prestar depoimento em delação premiada, o diretor-presidente da Camargo
Corrêa, Dalton Avancini, vai informar que a empresa pagou pouco mais de
R$ 100 milhões em propina para obter contratos de obras na usina de Belo
Monte. Segundo Avancini, o valor foi dividido entre PT e PMDB, com cada
um dos partidos abocanhando 1% do valor dos contratos.
A
informação, segundo fontes ligadas à negociação da empreiteira com o
Ministério Público Federal (MPF) de Curitiba, foi fundamental para
fechar a delação premiada de Avancini. O executivo contou detalhes do
esquema que funcionava em Belo Monte, e, só a partir daí, os
procuradores aceitaram fazer acordo com o empresário.
No início da semana, surgiu a informação de que Avancini revelaria o esquema de pagamento de propina na construção da usina no Pará. A obra tem custo estimado de R$ 19 bilhões.
Os
investigadores da Operação Lava-Jato acreditam que Avancini deverá
detalhar o possível envolvimento do esquema de arrecadação de propina
por parte de Fernando Soares, o Fernando Baiano, apontado como lobista
do PMDB. Ele nega as acusações, mas a especulação é que ele possa ter
intermediado o repasse de vantagens indevidas entre a empresa e
representantes do partido.
A Camargo
Corrêa tem 16% dos contratos do consórcio responsável pela construção
da usina, formado por dez empresas: Andrade Gutierrez, Odebrechet, OAS
Ltda, Queiroz Galvão, Contern, Galvão Engenharia, Serveng-Civilsan,
Cetenco e J. Malucelli, além da própria Camargo Corrêa. Seis destas são
investigadas na operação Lava-Jato: Queiroz Galvão, Andrade Gutierrez,
Odebrecht, OAS, Galvão Engenharia e a própria Camargo Corrêa.
Os 16%
representam R$ 5,1 bilhão. Esse é o valor do contrato da empresa em
obras da Belo Monte. Com isso, teve de pagar, a título de propina, cerca
de R$ 51 milhões para cada um dos partidos políticos.
Além de
delatar a propina em Belo Monte, Avancini também vai confirmar a
existência e atuação do "clube VIP", cartel de empreiteiras instalado na
Petrobras e também em estatais do setor elétrico. (O Globo).
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