quarta-feira, 11 de março de 2015

Como bom petista, tesoureiro da campanha de Dilma confunde crime com "erro".


Na foto, o tesoureiro de Dilma com o cambaleante ex-presidente uruguaio.
É o velho discurso lulista, de um relativismo bárbaro: violar a lei é apenas "erro", não crime. Ora, o que a lei configura como crime, crime é; não se trata de simples erro pessoal (aliás, no caso petista, trata-se de método, seguido coletivamente). Crimes são e devem ser punidos, já que a Justiça ainda não foi abolida. As penas do mensalão são um grande exemplo, apesar de brandas. E com o petrolão novas penas virão, atingindo outra vez em cheio figurões ligados ao governo petista. Não, não se trata de mera opinião (conforme a estupidez relativista, seja ética ou cognitiva), mas de fatos, coisa que a mentalidade petista é incapaz de conceber:

Um dia depois de o ex-gerente da Petrobrás Pedro Barusco ter dito à CPI da estatal que repassou US$ 300 mil para a campanha de Dilma Rousseff em 2010, o deputado estadual Edinho Silva (PT-SP) divulgou uma "Carta Aberta ao PT", na qual admite "erros" no partido no "campo político". Tesoureiro da campanha de Dilma à reeleição, Silva prega uma reação forte do PT e do governo ao cerco político e diz que é hora de todos irem para a luta, sob o argumento de há momentos em que "a dúvida leva à derrota" e o recuo, ao aniquilamento.

"Há sim, erros no nosso campo político", afirma Silva na mensagem, enviada por e-mail para dirigentes, militantes e ministros do PT. "Nunca na nossa história assimilamos com tanta facilidade o discurso oportunista de uma direita golpista e nunca estivemos tão paralisados. (...) Se a corrupção é endêmica e povoa as instâncias governamentais, ela tem que ser combatida com muita dureza. Companheiros e companheiras, nós sempre defendemos isso. (...) Se pessoas se utilizaram do PT para enriquecimento, toda vez que isso for provado esses têm que pagar e nós temos que ser os primeiros a defender a penalização."
Aos deputados, Barusco disse que o dinheiro foi recebido pelo tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, que é desafeto de Silva no partido. Alvo da Operação Lava Jato, Vaccari negou as afirmações do ex-gerente à CPI e a cúpula do PT divulgou nota lembrando que Barusco está sendo processado pela sigla.
Silva divulgou a "Carta ao PT" nesta quarta-feira, dez horas depois do jantar que reuniu Dilma, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente do PT, Rui Falcão, e ministros do partido, no Palácio da Alvorada. No encontro o ex-presidente pediu a Dilma que explique à população onde o governo quer chegar com as medidas amargas do ajuste fiscal. Para Lula, Dilma precisa sair da defensiva e ir para o embate com a oposição, não sem antes fazer um pacto de governabilidade com o PMDB.
"É hora de 'pegarmos a nossa história nas mãos', com a certeza de na frente revigorarmos os nossos sonhos e irmos para a luta política", diz Silva na "Carta ao PT", fazendo coro com as ponderações de Lula. Os dois integram a corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), majoritária na legenda.
No texto encaminhado para levantar o moral da tropa petista, Silva também defende as medidas econômicas adotadas por Dilma. "Vamos ajustar a nossa economia para que possamos continuar crescendo com justiça social. (...) Mas o nosso projeto vai além da agenda econômica. Só nós podemos liderar a batalha de uma verdadeira reforma política e eleitoral. Só nós podemos convocar uma mobilização para uma reforma tributária e fiscal que desonere os mais pobres", diz o deputado.
O ex-tesoureiro do comitê da reeleição retoma na carta o clima do "nós contra eles" que marcou a campanha de Dilma, no ano passado, e afirma que o início do segundo mandato da presidente está sendo marcado por uma "ofensiva conservadora", definida por ele como "a pior da história da República".
"Qual a novidade? Achávamos que a elite brasileira, insuflada por uma retomada das mobilizações da direita no continente, iria ficar assistindo nós nos sucedermos na Presidência da República, consolidando o nosso projeto? (...) Achávamos que aqueles que hoje nos acusam, que também são os mesmos que armam trincheiras contra as reformas estruturais, seriam benevolentes conosco?", pergunta Silva, que integra a direção nacional do PT. Na sua avaliação, o partido não pode ter crise de identidade ao enfrentar a "escuridão" provocada pela "tempestade dos fatos". "Sem o PT não existirá esquerda forte no Brasil, não existirá campo progressista e transformador", comenta ele. (Estadão).

Nenhum comentário: