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No início da tarde desta quarta-feira (4), o dólar subiu mais de 2% e bateu em R$ 3, maior máxima desde agosto de 2004.
Pressionada,
sobretudo, pela derrota do governo pelo ajuste fiscal na noite de
terça-feira, quando o presidente do Congresso Nacional, Renan Calheiros,
surpreendeu o Executivo com a rejeição da medida provisória 669, a
moeda disparou na manhã de hoje.
Para piorar a situação, a previsão é que a moeda continue se valorizando nos próximos meses.
“Além dos ajustes fiscais anunciados no começo do ano, os indicadores e
as perspectivas econômicas não estão boas. Como o momento é de dúvida,
os investidores optam por um ativo muito seguro, que é o dólar, o que
faz a moeda disparar”, explica. “Com esse panorama, acho difícil o dólar
baixar.”
Segundo o economista, o dólar pode encarecer ainda mais
diante da moeda brasileira, caso a intervenção do Banco Central
realmente chegue ao fim em 31 de março. “O BC diz que os leilões de
venda de dólar futuro vão acabar no fim de março. Se isso acontecer, o
dólar tende a subir ainda mais, porque ele vai deixar de vender ou vai
diminuir a quantidade de dólar no mercado. Se a oferta cai e a demanda
continua alta, o preço dispara ainda mais”.
A medida, chamada de Swap cambial, é realizada pelo BC desde o ano passada e pretende justamente desvalorizar o dólar frente ao real,
já que coloca mais moeda americana no mercado. “Provavelmente, o BC vai
continuar com a intervenção. Mas se acabar ou diminuir, certamente o
dólar vai ficar ainda mais caro.”
Viajar ou esperar: dúvida cruel
Ricardo
avalia que, com as incertezas econômicas, fica impossível prever se a
moeda vai se desvalorizar no próximo ano. “Vai depender da credibilidade
do Brasil nos próximos meses.”
A recomendação para quem for viajar é comprar a moeda assim que for possível,
a cada mês ou semana, e ficar de olho na variação cambial. "Na dúvida
entre comprar hoje ou amanhã, compre sempre hoje. O melhor é fatiar a
compra. Você até pode não conseguir a melhor cotação, mas não vai correr
o risco de pagar o mais caro uma vez só.”
Segundo o economista,
se você ainda não tem data para viajar, o melhor é antecipar. "Se for
viajar, vai o quanto antes possível. Ainda é dá para prever o cenário
nos próximos seis meses, com o dólar entre R$ 2,90 e R$ 3 [comercial]. Mas para 2016, fica complicado. As perspectivas econômicas não estão favoráveis.”
Outra
dica é planejar os futuros gastos na viagem e incluí-los na hora de
comprar o dólar por aqui. “Não é aconselhável usar o cartão de crédito
na viagem. O IOF [Imposto Sobre Operações de Crédito] está mais caro e o consumidor pode ter uma surpresa ao receber a fatura, já que a cotação da compra na viagem é feita depois.”
Pãozinho mais caro
O
economista lembra que a alta do dólar não só é um balde d’água fria
apenas para os viajantes - a população brasileira sente no bolso a
variação, mesmo sem saber. “O dólar influencia, sobretudo, a inflação,
que já dá sinais de elevação. Se a inflação sobe, os preços de mogo
geral tendem a subir.”
Outro produto muito consumido todas as manhãs nos lares brasileiros - o famoso ‘pãozinho francês'
- também está sendo impactado. Isso porque o trigo, ingrediente
imprescindível no alimento, é importado e o País fica refém do câmbio.
Quem
estiver pensando em aproveitar a alta para investir na moeda, o
economista lembra que o ativo não é recomendado para quem quer um
investimento seguro e rentável. “Tem que tomar cuidado porque o dólar
tem muita volatilidade e, para o pequeno investidor, pode não valer a
pena.”
Ele lembra que existem outros ativos, como o CDB e o
tesouro direto atrelado à inflação. "São opções para quem quer ganhar
sem incorrer nessa instabilidade natural do câmbio.”
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Pressionada, sobretudo, pela derrota do governo pelo ajuste fiscal na noite de terça-feira, quando o presidente do Congresso Nacional, Renan Calheiros, surpreendeu o Executivo com a rejeição da medida provisória 669, a moeda disparou na manhã de hoje.
Para piorar a situação, a previsão é que a moeda continue se valorizando nos próximos meses. “Além dos ajustes fiscais anunciados no começo do ano, os indicadores e as perspectivas econômicas não estão boas. Como o momento é de dúvida, os investidores optam por um ativo muito seguro, que é o dólar, o que faz a moeda disparar”, explica. “Com esse panorama, acho difícil o dólar baixar.”
Segundo o economista, o dólar pode encarecer ainda mais diante da moeda brasileira, caso a intervenção do Banco Central realmente chegue ao fim em 31 de março. “O BC diz que os leilões de venda de dólar futuro vão acabar no fim de março. Se isso acontecer, o dólar tende a subir ainda mais, porque ele vai deixar de vender ou vai diminuir a quantidade de dólar no mercado. Se a oferta cai e a demanda continua alta, o preço dispara ainda mais”.
A medida, chamada de Swap cambial, é realizada pelo BC desde o ano passada e pretende justamente desvalorizar o dólar frente ao real, já que coloca mais moeda americana no mercado. “Provavelmente, o BC vai continuar com a intervenção. Mas se acabar ou diminuir, certamente o dólar vai ficar ainda mais caro.”
Viajar ou esperar: dúvida cruel
Ricardo avalia que, com as incertezas econômicas, fica impossível prever se a moeda vai se desvalorizar no próximo ano. “Vai depender da credibilidade do Brasil nos próximos meses.”
A recomendação para quem for viajar é comprar a moeda assim que for possível, a cada mês ou semana, e ficar de olho na variação cambial. "Na dúvida entre comprar hoje ou amanhã, compre sempre hoje. O melhor é fatiar a compra. Você até pode não conseguir a melhor cotação, mas não vai correr o risco de pagar o mais caro uma vez só.”
Segundo o economista, se você ainda não tem data para viajar, o melhor é antecipar. "Se for viajar, vai o quanto antes possível. Ainda é dá para prever o cenário nos próximos seis meses, com o dólar entre R$ 2,90 e R$ 3 [comercial]. Mas para 2016, fica complicado. As perspectivas econômicas não estão favoráveis.”
Outra dica é planejar os futuros gastos na viagem e incluí-los na hora de comprar o dólar por aqui. “Não é aconselhável usar o cartão de crédito na viagem. O IOF [Imposto Sobre Operações de Crédito] está mais caro e o consumidor pode ter uma surpresa ao receber a fatura, já que a cotação da compra na viagem é feita depois.”
Pãozinho mais caro
O economista lembra que a alta do dólar não só é um balde d’água fria apenas para os viajantes - a população brasileira sente no bolso a variação, mesmo sem saber. “O dólar influencia, sobretudo, a inflação, que já dá sinais de elevação. Se a inflação sobe, os preços de mogo geral tendem a subir.”
Outro produto muito consumido todas as manhãs nos lares brasileiros - o famoso ‘pãozinho francês' - também está sendo impactado. Isso porque o trigo, ingrediente imprescindível no alimento, é importado e o País fica refém do câmbio.
Quem estiver pensando em aproveitar a alta para investir na moeda, o economista lembra que o ativo não é recomendado para quem quer um investimento seguro e rentável. “Tem que tomar cuidado porque o dólar tem muita volatilidade e, para o pequeno investidor, pode não valer a pena.”
Ele lembra que existem outros ativos, como o CDB e o tesouro direto atrelado à inflação. "São opções para quem quer ganhar sem incorrer nessa instabilidade natural do câmbio.”
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